A economia em 2024 sob a ótica dos três principais bancos do RS

A redução da taxa Selic e o crescimento do PIB gaúcho no segundo trimestre ajudam a melhorar a conjuntura estadual, afirmam gestores do Banrisul, do BRDE e do Badesul
Gastal, Ranolfo e Lemos: expectativas positivas para o próximo ano

Para os presidentes do Banrisul, Fernando Lemos, do Badesul, Cláudio Gastal e para o vice-presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Junior, as expectativas para o próximo ano da economia são positivas. A redução da taxa Selic, o crescimento de 2,3% do PIB do estado no segundo trimestre e o programa de recuperação de inadimplência promovido pelo governo federal influenciaram na avaliação dos gestores, mas, principalmente, no humor do estado como um todo. "O Rio Grande do Sul teve um crescimento [na economia] de 2 pontos percentuais nesse último trimestre. Então, me parece que você tem uma mudança de humor, porque economia é humor, não é exata, é perspectiva", avaliou Gastal, durante coletiva de imprensa realizada antes do Tá na Mesa, tradicional almoço promovido pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul) na quarta-feira (27). Na ocasião, os três gestores conduziram um painel com o tema A importância das instituições financeiras no desenvolvimento do Rio Grande do Sul.

Quando perguntados sobre a redução da taxa Selic e o possível reflexo na busca por crédito, Ranolfo Vieira Jr, vice-presidente e diretor de operações no BRDE, seguiu a mesma linha. "O efeito disso é a médio prazo, afora essa questão psicológica pelo gastar, que é verdadeira", reiterou. Para eles, a redução da taxa deve começar a ter seus efeitos vistos a partir do início do próximo ano, a depender da situação da economia. Outra questão que deve impactar, na visão de Ranolfo, é a reforma tributária. "Não tenho dúvida alguma da necessidade de uma reforma tributária. Aqueles que têm conhecimento da área política sabem que, na grande maioria das vezes, a melhor modificação não é aquela que se pretende, mas a que se oferece no momento. A necessidade da reforma tributária está presente, tem de acontecer. No meu modo de ver, já é um avanço, embora a discussão permaneça agora no Senado. Mas há quantas décadas discutimos esse tema e não conseguimos avançar? Então, é o que está se conseguindo fazer neste momento, do ponto de vista político, é um pontapé inicial", afirmou.

Em termos do desempenho geral da economia no ano de 2023, vice-presidente e diretor de operações no BRDE ressalta as tragédias climáticas do terceiro trimestre, que, certamente, afetarão os resultados gerais. "O PIB apurado ontem [terça-feira, data em que foi anunciado o avanço de 2,3% entre abril e junho] muito dificilmente conseguirá ser reproduzido nesse trimestre", avaliou. No momento mais crítico das cheias, o BRDE chegou a anunciar um alongamento na carência do pagamento da taxa de abertura de crédito para as empresas que foram atingidas, além da criação de duas agências temporárias em Muçum e Roca Sales para seguir atendendo a população. Fernando Lemos, presidente do Banrisul, ainda comentou sobre a recente adesão do banco ao Desenrola Brasil, iniciativa do governo federal que visa ajudar a renegociação de dívidas da população. "Temos uma boa expectativa. Espero que a gente possa conseguir fazer boas negociações", antecipou. Outro ponto defendido firmemente por Lemos foi a importância do Banrisul para o desenvolvimento do estado e a permanência da instituição financeira como banco público. "O Banrisul é um patrimônio não por seus negócios, é um patrimônio por causa da indução que faz na nossa economia e na nossa gente", ressaltou.

Veja mais notícias sobre BrasilEconomiaRio Grande do Sul.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 02 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/