Quem é Gedeão Pereira, o novo presidente da Farsul
Com o falecimento de Carlos Sperotto (leia mais detalhes aqui), que esteve à frente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) por sete gestões, a presidência será exercida por Gedeão Pereira. Natural de Bagé, Pereira, que até hoje era o vice-presidente da federação, tem 68 anos. Pereira é casado e pai de três filhos. Ele ficará pelo menos um ano no cargo, pois o atual mandato terminará em dezembro de 2018. Formado em veterinária, Pereira é criador de gado e administra cinco estâncias. Entre 1992 e 1998 dirigiu a Associação e o Sindicato Rural de Bagé. O novo presidente da Farsul defendeu proprietários rurais nos anos 1990 quando o Rio Grande do Sul teve muitas fazendas invadidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST.
Ao Jornal Zero Hora, na seção Campo Aberto, da colunista Gisele Loeblein, Pereira recordou que passou de oponente a aliado assim que Sperotto assumiu a entidade. “Quando perdemos a eleição, fui ao auditório da Farsul, como o primeiro sindicato de oposição a se apresentar. Disse: a Farsul é maior do que nós, a partir deste momento tu és o meu presidente e o meu sindicato rural te apoia incondicionalmente. Fui convidado para participar da comissão fundiária”, declarou. O novo líder da Farsul também destacou alguns momentos marcantes ao lado de Sperotto. “Sempre tivemos uma comunhão de ideias muito forte. A maneira de pensar exatamente igual. Agora, claro, as maneiras de agir não são iguais. Durante 20 anos, se tive duas discussões com ele, foi muito. Sempre nos tratamos de maneira extremamente respeitosa. Tivemos uma amizade muito profunda. Mais do que um presidente, perdi um grande amigo”, recordou.
Pereira se declara um líder que prefere delegar tarefas. “Sou descentralizador. Meu estilo de ser é autorizar a virem para frente. E gosto muito de trabalhar com as inteligências, o somatório delas. Uma coisa que deve se reestabelecer são as comissões da Farsul. Porque gosto de ouvir a opinião das pessoas”, revelou. No dia 8 de janeiro, a diretoria voltará a se reunir e Pereira já tem uma agenda de temas a tratar. “Temos de garantir ao produtor rural de ser efetivamente proprietário da sua água. Hoje vêm em cima de nós porque estamos produzindo, porque não estamos pedindo os devidos licenciamentos burocráticos ambientais. Quando o produtor rural é melhorador do ambiente, para isso tem Código Florestal, está determinado o que é Área de Preservação Permanente, reserva legal, tudo. E tem a questão da água, com tentativa de cobrança pelo uso. Nos preocupa também que começa novamente a surgir endividamento em cima da produção rural”, afirmou.
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