Autoridade em Plantio Direto
A agricultura sempre foi uma das principais riquezas e vocações nacionais. Não à toa, nos anos 1930, o Estado Novo de Getúlio Vargas deu ao Brasil a alcunha ufanista de “Celeiro do Mundo”. Foi nessa época que o caxiense Paulo Rossato estabeleceu-se em Passo Fundo, no Planalto gaúcho. Inicialmente ligado ao setor de transportes, Rossato tornaria-se um dos primeiros empresários no segmento de maquinário agrícola, impulsionando o agronegócio local durante a década de 1950. O trabalho no campo ganhava, assim, o reforço de uma aparelhagem avançada, vinda sempre do exterior. Por outro lado, a importação acarretava um grave problema referente à reposição de peças. Para suprir essa necessidade, Paulo Rossato fundou em 1965 a Mecânica Agrícola Rossato.
Instalada num pequeno pavilhão em Passo Fundo, a Mecânica Agrícola Rossato foi pioneira na fabricação de implementos agrícolas no Brasil – com o lançamento da SG, a Semeadora Galvanizada, primeira máquina elaborada pela companhia, feita praticamente toda de aço, em 1967. Em 1970, a indústria transfere-se para uma área dez vezes maior, com cerca de 6 mil metros quadrados. A mudança proporcionou um grande incremento na produção – então centralizada em semeadeiras e alguns implementos. O “milagre econômico” dos anos 1970 foi um dos grandes alicerces para o crescimento do setor agrícola brasileiro. As políticas de incentivo possibilitavam a compra de maquinário sem juros – fato determinante para a consolidação da Mecânica Agrícola Rossato. Em evolução constante e com uma oferta de soluções diversificada, a empresa mudou de nome: nascia, em novembro de 1974, a Semeato – Indústria, Comércio, Exportação e Importação.
O novo nome – gerado pela comutação de sílabas da palavra Semeadeira e do sobrenome Rossato – surgiu por uma necessidade de adequação ao momento de expansão do negócio. Junto a esse rebatismo, a Semeato repaginou também a sua logotipia, elegendo como ícone o triângulo – uma forma simbólica empregada desde o Antigo Egito. A Semeato começava a entrar para a história do agronegócio brasileiro colaborando fundamentalmente no desenvolvimento de um revolucionário sistema de manejo do solo, o plantio direto. Trazida do hemisfério norte, a técnica visa à diminuição do impacto causado na terra pela ação do cultivo e do maquinário. O processo evita o desgaste, a erosão e o preparo repetido do solo, além de mitigar a emissão de gases nocivos à atmosfera.
Econômico, rentável e ecologicamente sustentável, o plantio direito teve suas primeiras experiências no Rio Grande do Sul ainda em 1969, quando agricultores importaram uma máquina específica para esse fim. A perpetuação e a futura universalização do método em toda a América Latina foram possibilitadas por um intenso trabalho de pesquisa que envolveu órgãos públicos e privados – entre eles, a Semeato. A empresa esteve no centro dessa mudança de paradigma desde os estudos iniciais, aprofundando-se no tema para encontrar as melhores saídas de adaptação ao maquinário existente.
Em 1977, a parceria entre a Semeato e a Embrapa-Trigo deu origem a um kit de corte que poderia ser acoplado às semeadeiras PS-6, então fabricadas pela empresa. Esse dispositivo tornava o implemento apto ao plantio direto, representando um passo decisivo para que os agricultores pudessem seguir as diretrizes indicadas pela técnica. Nesse mesmo ano, a nomenclatura da companhia foi novamente modificada, agora para Semeato S/A – Indústria e Comércio, como é conhecida atualmente. Já em 1982, a Semeato lançou a TD 300, a primeira aparelhagem totalmente otimizada para o plantio direto. Consagrada por sua utilidade, a TD 300 é ainda hoje encontrada em lavouras do país inteiro.
Aposta no conhecimento
Em 1993, a Semeato fez parte de um pool de indústrias que se associaram para financiar projetos de pesquisa realizados pela Embrapa, com a finalidade de alastrar o plantio direto no Planalto Gaúcho. Um time de 300 técnicos foi capacitado e incumbido de levar informações sobre o método diretamente aos empreendedores rurais.
O resultado desse trabalho triplicou o emprego do plantio direto no Rio Grande do Sul em cinco anos – de 320 mil hectares em 1993 para cerca de 1 milhão de hectares em 1998. O intercâmbio foi de grande valia para que a Semeato pudesse aprimorar sua tecnologia e as soluções de sua linha de máquinas e implementos.
Com quase meio século de atuação, a marca é a líder na fabricação de plantadeiras e semeadoras para plantio direto e possui penetração em todos os estados brasileiros, além de contar com representantes espalhados em seis continentes. O mix de artigos dispõe de modernos equipamentos destinados às culturas de grãos finos, graúdos ou mistos, bem como máquinas para fenação e implementos diversos.
Ao longo do tempo, a companhia verticalizou-se e adquiriu novas unidades operacionais. O Grupo Semeato possui um cabedal fabril composto por sete células produtivas – quatro delas em Passo Fundo e outras três em Carazinho (RS), Butiá (RS) e Vespasiano (MG) –, incluindo três montadoras de máquinas agrícolas, uma fabricante de discos, duas fundições e uma unidade de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Composta por profissionais gabaritados, a equipe da corporação reúne cerca de 2 mil colaboradores.
Participação global
O know how adquirido pela Semeato durante as últimas décadas transformou a marca numa das referências mundiais em soluções para a agricultura de plantio direto. Nesse sentido, os planos da empresa indicam uma expansão contínua no mercado internacional. A eficiência da Semeato chamou a atenção de uma gigante do agronegócio, a multinacional CNH, com quem fechou em 2011 uma parceria para unificação de tecnologias e desenvolvimento de produtos. A associação integra tratores, colheitadeiras e pulverizadores da marca europeia com as semeadeiras e plantadeiras da empresa de Passo Fundo.
Essa ação possibilita uma maior entrada dos produtos Semeato fora do país e a consequente disseminação do sistema de plantio direto. Adotado em mais de 50 países, o plantio direto pode ser considerado um dos principais divulgadores da marca em nível mundial. Na esfera local, a Semeato busca aproximar-se de seu target potencial através de uma presença frequente nas principais feiras agrícolas regionais e nacionais. Além da internacionalização da marca, a Semeato segue expandindo sua estrutura física. Em agosto de 2013, a empresa gerida por Roberto Rossato – filho do fundador Paulo Rossato – confirmou o início das obras de instalação de uma unidade produtiva na cidade gaúcha de Soledade. Com investimento superior a R$ 10 milhões, a nova fábrica da Semeato deve impactar em cerca de 300 vagas diretas de emprego ao município.
Investindo permanentemente em alta tecnologia, inovação e na criação de novas soluções, a Semeato e seu triângulo vermelho seguirão como sinônimos de diferenciação no mercado agrícola, auxiliando produtores do mundo inteiro com equipamentos superiores nos quesitos de qualidade e precisão.
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