Live: modo de usar

Uma das oportunidades que o distanciamento social nos traz é fazer com que recursos digitais – que antes, muitas vezes, nem ganhavam nossa atenção ou com os quais não tínhamos tanta afinidade – tenham agora espaço em nossa rotina. Veja, por exemplo, as lives. Nunca se fez tantas transmissões ao vivo quanto no período em que vivemos. Aqueles que se interessaram pelo recurso e buscaram aprender sobre ele, estão agora surfando na sua onda, e fazendo das lives uma chance de explorar sua marca e engajar possíveis clientes. Tenho participado e observado muitas dessas transmissões. Como consultor, vejo como necessário trazer algumas sugestões sobre o assunto.

Esteja em lugar sem barulho – nada de cachorro latindo ou carro da pamonha gritando na rua. E nem pensar em deixar alguém aparecer fazendo outro serviço ao fundo da tela ou passar e tirar a atenção do espectador. Utilize um suporte para posicionar o celular (ou computador) e cuide o enquadramento. Busque uma posição confortável e segura, na qual o seu aparelho não corra risco de cair ou ficar instável. Preste atenção no seu cenário. Um quadro ao fundo, por exemplo, pode deixar alguma mensagem ou criar um clima acolhedor, mas pode também desviar a atenção do espectador. Não deixe o microfone ligado quando não estiver falando. Isso evita eventuais e inevitáveis ruídos que possam atrapalhar a reunião.

Organize um roteiro para a conversa. Mesmo que você tenha domínio sobre o assunto que será abordado, é importante ter em mente um pequeno script. Isso evita pausas longas demais, vícios de linguagem, e o esquecimento de algum aspecto, garantindo uma maior eficiência da transmissão. Criar um roteiro não significa seguir uma estrutura rígida, formal e engessada. Ele deve ser apenas um apoio para você desenvolver a conversa com confiança.

No debate, espere o colega concluir o raciocínio. Sempre foi elegante e continuará sendo respeitar o tempo de fala do outro. Quando tiver a palavra, seja breve no raciocínio. Vale lembrar que menos é mais sempre. Não saia da sala: se está na transmissão, permaneça acompanhando-a. Não atenda outro telefonema ou não fique teclando sem necessidade. Não faça refeições – no máximo um cafezinho ou água. Não apareça na tela com um pote de pipocas ou um hambúrguer com batatas fritas.

Opte por plataformas que possam valorizar a marca de sua empresa. E dê visibilidade aos participantes. Faça que seja possível visualizar bem o nome e cargo dos convidados. E o mais importante: permita a interatividade. Apesar de muitas ferramentas serem gratuitas, algumas possuem funções pagas que vão ampliar suas possibilidades de comunicação. Então, para uma boa transmissão, muitas vezes é preciso colocar a mão no bolso. Se a imagem da companhia será expressada pela qualidade da ferramenta escolhida, em muitos casos, vale a pena investir nela.

Responda e interaja com espectadores sempre que possível. Demonstre interesse por suas perguntas e procure sanar dúvidas. Além do mais, estimule a audiência a enviar perguntas, opiniões e considerações (se houver, é claro, tempo). Ao fazer a divulgação, pense na mesma estratégia que utilizaria se fosse um evento presencial e pergunte-se: como vou chamar as pessoas para apreciar o momento? Faça títulos chamativos, traga convidados de peso, descreva o encontro de forma instigante, despertando a curiosidade sem revelar tudo. Faça divulgação prévia e também pós-transmissão. Muitas lives ficam gravadas e são acessadas por espectadores em outros momentos. Tenha cuidado ao usar músicas ou imagens protegidas, tendo em vista as regras de direitos autorais.

E, por último, e não menos importante: só promova uma live se tiver em mãos temas relevantes. Mesmo em home office, o tempo das pessoas continua e continuará sendo precioso.