Sul tem mais startups do que supõe nossa vã estatística

Recente estudo da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) mostrou o vigor do Sul na área: são nada menos que 1704 companhias do gênero ativas no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Porém, a veia empreendedora da região é bem mais...
Sul tem mais startups do que supõe nossa vã estatística

Recente estudo da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) mostrou o vigor do Sul na área: são nada menos que 1704 companhias do gênero ativas no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Porém, a veia empreendedora da região é bem mais vigorosa. De acordo com Wagner Bergozza (foto), presidente da Associação Gaúcha de Startups (AGS), um levantamento feito pela entidade mostrou que somente no Rio Grande do Sul podem existir mil iniciativas – ou mais. “Essa é uma estatística difícil de medir, pois morrem duas e surgem três ou quatro. E os empreendedores quando desistem de uma startup, logo iniciam uma nova”, explica o jovem de 31 anos. 

Segundo Bergozza, que também trabalha na 4all, estados como São Paulo, Minas Gerais ou mesmo Paraná também têm dificuldade para acompanhar o nascimento e mortalidade das startups. De acordo com o presidente da AGS, o Rio Grande do Sul é o vice-líder no país em número de startups, perdendo apenas para os paulistas. “Mas ficamos até parelhos com São Paulo se for levado em conta o número de empresas pela população total”, afirma. Como uma forma de aprimorar a busca de dados, a AGS está organizando entre 10 a 13 núcleos regionais. Nesses locais, embaixadores serão responsáveis por fazer um diagnóstico dos empreendedores e comunicação, por exemplo, do fechamento de uma startup. 


Em sua gestão à frente da AGS, Bergozza estimulará o conhecimento voltado para empreendedores. “Se capacitados, eles vão acertar o modelo de negócio, mesmo depois de um insucesso”, entende. Outra ação será conectar startups com empresas tradicionais que estejam em busca de implantar processos de inovação. A conexão entre investidores-anjo e novas startups será outro desafio. Por fim, estimular novas startups também está no escopo da diretoria executiva da entidade.

O levantamento da ABStartups também evidenciou que o interior do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul tem se mostrado um importante nascedouro para startups. Ainda que concentradas em Porto Alegre (21%), Curitiba (16,6%) e Florianópolis (10,8%), outras regiões como o Sudoeste paranaense (7,5%), o Vale do Sinos (4,2%), Joinville (3,6%), Londrina (3%), Blumenau (2,7%), Balneário Camboriú (2,1%), Maringá (2%) e Caxias do Sul (2%), somadas, concentram praticamente mais de um quarto das 1704 estimadas. “São regiões onde há um forte potencial econômico e que acabam puxando novos negócios. E em outras cidades também as indústrias funcionam como um motor para o empreendedorismo. Em Joinville, por exemplo, no passado, surgiram importantes empresas de tecnologia que atendiam a as cadeias produtivas. Já Caxias do Sul se notabiliza pelo Projeto Hélice, iniciativa da Randon, Marcopolo, Soprano e Florense, que já conta com outras empresas. O Vale do Sinos, por sua vez, possui parques tecnológicos de importantes universidades”, detalha. 

Como todo empreendedor, Bergozza lamenta a burocracia do poder público. “Se o alvará para um restaurante demora três meses para ser concedido, o ônus dessa lentidão deveria ser do estado e não da sociedade”, cobra. Ele também arrisca a dizer que empreender no Rio Grande do Sul é mais difícil do que em outros estados pelo fato dos gaúchos parecerem mais fechados ao mindset voltado à inovação – ainda que problemas governamentais o preocupem bem mais na atualidade. “Os impostos cobrados na capital obrigam empresas a levar suas sedes para cidades da Região Metropolitana que oferecem tributos menores”, diagnostica. Porém, ele saúda o movimento pela inovação protagonizado pela capital gaúcha. “Há um movimento de conexão em Porto Alegre. Um exemplo disso é o Pacto Alegre, que ainda não mostrou resultados efetivos, mas a iniciativa tem tudo para conectar diferentes agentes”, opina. Bergozza também estimula que as universidades trabalhem para formar mais empreendedores. “Tem de mostrar ao recém-formado que ser empregado não é o único caminho, afinal, ele pode empreender. Mas as universidades gaúchas têm conseguido formar excelentes talentos também”, ressalta. 

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Quinta, 12 Dezembro 2024

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