Computação em nuvem garante continuidade dos serviços de prefeituras gaúchas durante a quarentena

Diferentemente dos sistemas antigos, que necessitam redes de dados internos, cloud computing funciona pela internet e pode ser acessada de qualquer lugar
Os sistemas de gestão são muito importantes, por exemplo, para o setor de compras, contabilidade e pagamento de fornecedores, gestão de pessoal e atendimentos nos postos de saúde e UPAs das cidades, que não podem parar mesmo diante de uma pandemia

A necessidade de distanciamento entre as pessoas, que deu impulso redobrado ao home office, colocou em evidência uma tecnologia que já vinha ganhando espaço, principalmente no setor privado. O armazenamento e a gestão de dados em nuvem permitem que milhões de pessoas acessem serviços, organizem planilhas, assinem contratos – tudo sem sair de casa, dependendo apenas de uma conexão com a internet. Em comparação ao que pode ser feito com auxílio da nuvem, sistemas que dependem de um deslocamento do cliente ou do trabalhador até determinado ponto específico para o atendimento parecem peça de museu.

No setor público, a cloud computing (computação em nuvem) ainda tem muito a crescer. Mas a experiência das últimas semanas mostra que sistemas de gestão com essa tecnologia facilitam bastante a rotina tanto de servidores públicos quanto de cidadãos. Sem sair de casa, gestores e trabalhadores das prefeituras acessam sistemas de compras, contábeis, de folha de pagamento, entre outros. Já os cidadãos precisam apenas de um aparelho conectado à internet para solicitar alvarás, dar encaminhamento a demandas de serviços ou utilizar o auto-atendimento tributário.

Em Bento Gonçalves, por exemplo, as ferramentas de gestão em nuvem possibilitaram que trabalhando de casa os servidores fizessem a folha de pagamentos de ativos e inativos e lançassem os empenhos de despesas. A contadora Michele Gasperin Piletti conta que também em regime de home office foi possível fazer a prestação de contas do município, que tem mais de 95 mil habitantes. Segundo o secretário adjunto de finanças, Heitor André Tártaro, as ferramentas virtuais têm sido suficientes para atender aproximadamente 90% da demanda, que registrou retração durante o período da quarentena. Ele acredita ainda que o impacto da pandemia vá levar os administradores a "repensar as formas de atendimento e utilizar ainda mais os canais virtuais".

Já em Panambi cerca de 100 servidores estão trabalhando em regime de home office. São funcionários das áreas administrativas, principalmente do setor de recursos humanos, e da secretaria da fazenda, incluindo a parte de tributação. Segundo o secretário municipal de administração, Andre Alves Batista, o isolamento social aumentou muito a demanda de serviços. "Em especial a parte tributária, com emissão de alvarás, guias de pagamento e outros documentos", comenta. De acordo com ele, o atendimento à distância tem resolvido 90% dos casos no município de pouco mais de 43 mil habitantes.

Toda a parte tributária continuou funcionando normalmente, pois a população foi orientada a usar o portal de autoatendimento e o aplicativo Atende.net, criado pela IPM Sistemas e pelo qual é possível acessar e resolver uma série de serviços via smartphones, tablets e computadores pessoais. "Analisamos que muitos dos cidadãos que não usavam as ferramentas do portal de autoatendimento passaram a fazer por força do contexto atual. Entenderam a facilidade do uso e passarão a usar continuamente, sem a necessidade de ir pessoalmente até a prefeitura", conta o secretário. Batista relata ainda que Panambi passou a utilizar o sistema de gestão em nuvem em 2015. "Desde então o atendimento melhorou de forma significativa. As facilidades oferecidas pelo sistema são muitas, em especial na área fazendária, tornando muito mais ágil e prático o processo de consultas e serviços para emissão de documentos, alvarás, certidões, entre outros. Outra questão muito importante, que tem sido sempre alvo de elogios, é a facilidade de acesso e informações aos fornecedores", ressalta. Ao adotar a gestão pública digital, a prefeitura otimizou serviços, já que grande parte do atendimento ao público deixou de ser feito presencialmente. Isso permitiu a realocação de pessoas e o investimento em outras áreas. Outra vantagem veio com o sistema de georreferenciamento incluído no software da IPM, que permitiu uma melhora no controle do IPTU, garantindo anualmente um ganho real na arrecadação.

Exemplo semelhante acontece em Candelária, onde vivem aproximadamente 32 mil habitantes. Secretária de saúde, Grazieli Juliana Priebe destaca que a digitalização dos processos trouxe um grande benefício. "Conseguimos acompanhar em tempo real todos os atendimentos aos cidadãos. Hoje temos diariamente 140 profissionais atendendo em 100% das nossas unidades com prontuário eletrônico. Em média, desde a implantação em 2008 até o fim de março de 2020, temos uma movimentação de mais de 44 milhões de procedimentos no Atende.net Saúde. Entre os procedimentos realizados estão consultas, exames, vacinas, internações hospitalares, distribuição de medicamentos, pacientes transportados para os hospitais e centros de referência", enumera.

Isso ajuda ainda a fazer um maior controle das ações e serviços de saúde efetuados pelo município, algo que facilita a prestação de contas e os relatórios obrigatórios para o ministério da saúde, além de dar maior transparência para a população – já que toda a listagem de consultas e exames solicitados com a data do agendamento fica disponível no site da prefeitura. Na avaliação do secretário de administração de Candelária, Dionatan Tavares da Silva, a digitalização assegurou o aumento no número de procedimentos administrativos e um maior controle sobre eles. "Hoje não temos mais perda de documentos. Sabemos em tempo real onde está cada documento, cada arquivo e podemos ter uma cobrança mais efetiva sobre o andamento do trabalho. Temos ainda a assinatura digital e a organização e controle de relatórios que nos ajudam a fortalecer uma boa gestão pública", conclui.

Outras cidades gaúchas que investiram na digitalização de serviços foram Alvorada, Dois Irmãos, Estrela, Gravataí, Guaíba, Santa Rosa e Sobradinho, entre outras. Além do Rio Grande do Sul, outros municípios de pequeno, médio e grande portes em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo também mantêm serviços digitais em funcionamento. Os sistemas de gestão são muito importantes, por exemplo, para o setor de compras, contabilidade e pagamento de fornecedores, gestão de pessoal e atendimentos nos postos de saúde e UPAs das cidades, que não podem parar mesmo diante de uma pandemia. Entre as tarefas executadas estão a aquisição de materiais para a área de saúde (máscaras, luvas e medicamentos) e até a organização da folha de pagamentos do funcionalismo.

IPM Sistemas expande atuação no Brasil
Além de representar aprimoramento no serviço público e facilidade para a população, a gestão digital é uma oportunidade econômica para empresas que atuam no disputado setor da tecnologia da informação. Fundada há mais de duas décadas, a IPM Sistemas – que possui sede administrativa em Florianópolis e centro de tecnologia em Rio do Sul (foto abaixo) – dedicou oito anos exclusivamente para desenvolver e homologar um sistema próprio de computação na nuvem. Isso foi o diferencial para ter um produto que gera diminuição de despesas para as prefeituras, conduzindo à consolidação nos estados do Sul e a expansão de atividades para o Sudeste do Brasil.

Quando criou a empresa, Aldo Mees queria criar soluções em softwares para que prefeituras pudessem elevar a arrecadação e, principalmente, melhorar o atendimento à população. "O grande problema no Brasil era o alto custo para a implantação da gestão digitalizada. Adquirir servidores, licenciar sistemas, construir o espaço físico ideal, fazer a manutenção dos equipamentos, ter energia, refrigeração e segurança física exigia um suporte financeiro muito elevado, algo que em um país com carga tributária tão elevada quanto a nossa tornava inviável o processo", relembra o fundador da companhia catarinense.

Por causa disso, Mees e sua equipe precisaram inovar. E, ao concluir um sistema próprio, passaram a comercializar uma ferramenta digital mais acessível, que não exige a implantação de um Centro de Processamento de Dados próprio do município. "Funciona totalmente on-line. Tanto gestores quanto o cidadão comum acessam a ferramenta pela internet usando um smartphone, um tablet ou um notebook a qualquer horário do dia, em qualquer lugar do mundo. Imagine o prefeito em uma viagem para a capital de seu estado ou mesmo para Brasília. Pelo próprio celular ele pode assinar vários documentos digitalmente, evitando o acúmulo de trabalho para quando retornar ao seu município", detalha Mees. 

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Quarta, 01 Mai 2024

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