Tramontina prevê melhora da economia em 2017 e 2018
Um otimista por natureza. Foi assim que o presidente do Conselho de Administração da Tramontina, Clovis Tramontina (foto), se definiu no tradicional Tá na Mesa, evento promovido pela Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul (Federasul) nesta quarta-feira (7), em Porto Alegre. Ao apresentar o tema “Cenários passageiros, objetivos permanentes”, o empresário abordou as situações econômicas do Brasil e a importância de olhar para o futuro com perspectivas positivas. “Tenho certeza de que 2017 será um ano muito bom. E 2018 [será] melhor ainda”, declarou.
Tramontina utilizou o próprio exemplo da famosa marca de panelas e utensílios domésticos para revelar o que pensa sobre o destino do país. “Tivemos perdas de 10% nas vendas, mas conseguimos manter todos os empregos e nossa infraestrutura. E a base para isso é a inovação, a criação de novos produtos”, ensinou. Hoje, a empresa tem 7.500 funcionários, dos quais 6.800 estão no Brasil. A companhia de Carlos Barbosa realmente sentiu o baque da crise. Entre 2010 e 2011, no pico da produção, a Tramontina fabricava cerca de 400 mil panelas por mês. Esse total chegou a ser reduzido para menos da metade (150 mil), mas atualmente já está retornando o patamar anterior (350 mil). “Nosso principal mercado é o das Américas, onde vendemos entre 45% a 60% da produção”, revelou. “Estamos preparando as fábricas para trabalharem a pleno a partir de março do ano que vem. O Brasil não pode parar. Ano que vem não teremos Copa, Olimpíadas e nem impeachment. Chega. Vamos trabalhar!”, conclamou. A estratégica da Tramontina não prevê a instalação de lojas. Isso explica a pequena quantidade de unidades de vendas próprias da marca. No Brasil, são sete lojas (duas em São Paulo, duas no Rio de Janeiro, uma em Salvador, uma em Farroupilha e uma em Carlos Barbosa).
A retomada do crescimento, no entender de Tramontina, está ligada ao retorno do pleno emprego. O empresário calcula que o contingente de desempregados é muito maior do que anunciam as estatísticas oficiais. “Temos uma massa de desempregados que dizem ser de 12 milhões, mas na verdade está em cerca de 20 milhões. Que potencial de produção teríamos se esses desempregados estivessem trabalhando. O pibinho se tornaria um senhor PIB”, afirmou.
O empresário também criticou o modelo atual do poder público. Tramontina contou, inclusive, que pediu diretamente para a ex-presidente Dilma Rousseff, há dois anos, que procurasse diminuir a burocracia estatal. “A gente paga muito imposto no país e, no final, a gente não sabe se está certo. Por qual razão recolhemos tanto para a União para de lá virem os recursos para Estados e municípios?”, questionou. Tramontina sugeriu que os impostos sejam pagos diretamente para Estados e municípios. O empresário também opinou sobre o Plano de Modernização do governo gaúcho. Recentemente, o governador José Ivo Sartori anunciou um programa de reestruturação da máquina pública e ajuste fiscal. “Você tem uma doença grave. Tem de fazer quimioterapia, mas não gosta. Ninguém gosta, mas tem de fazer. Assim é o pacote do Estado. Ninguém gosta das medidas, mas temos de aceitá-las”, defendeu.
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