Para não cair na armadilha da gangue do boleto
Segundo informações da E-bit, empresa que registra o ritmo do e-commerce na América Latina, o boleto bancário é a segunda forma de pagamento mais utilizada no Brasil. No país, ela perde apenas para os cartões de crédito.
Podemos avaliar o uso dos boletos de forma bastante positiva. Eles agilizam e facilitam o pagamento. É comum que todo mês o bom e velho boleto chegue na casa das famílias brasileiras. E, por se tratar de um procedimento corriqueiro, é quitado sem cerimônias. Mas quem tem boa memória se lembrará da famosa “gangue do boleto”, que em meados de julho do ano passado fez um grande número de vítimas numa onda de ataques virtuais para fraudar boletos bancários. Estima-se que os hackers tenham adulterado 496 mil boletos, arrecadando cerca de R$ 8,5 bilhões.
A fraude é feita através de um vírus que infecta o computador. Assim, sempre que um código de boleto é identificado, o malware desvia o pagamento fazendo com que o dinheiro vá para a conta dos integrantes da quadrilha. A ação dos hackers modifica a linha digitável do código de barras dos boletos. Mas apesar da atuação silenciosa dos criminosos é possível, com atenção aos detalhes, identificar características suspeitas e evitar a realização de pagamentos de documentos falsificados.
Em primeiro lugar é importante manter o antivírus do computador sempre atualizado, pois ele pode detectar algum problema em casos de boletos gerados na Internet ou enviados por e-mail. O mais indicado é observar o documento atentamente, ainda que ele seja enviado todo mês, e comparar com os anteriores. Dessa forma, é possível identificar erros de português, formatação fora do padrão ou alterações bancárias – todas características em comum na maioria das adulterações.
Após a impressão é preciso conferir se o código do banco é compatível com a marca já que cada instituição financeira possui um identificador que pode ser encontrado no site da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Esse código fica em frente ao logo do banco e nos três primeiros dígitos da linha digitável. Os pagamentos realizados em caixas eletrônicos também merecem cuidado especial. O usuário deve verificar na tela se as informações batem com as impressas no boleto, como banco cedente, código do banco e agência do beneficiário. Para valorizar ainda mais a segurança, evite comprar, realizar pagamentos ou gerar segunda via em computadores desconhecidos.
A regra de ouro é não quitar se houver alguma suspeita. Em caso de dúvidas, sempre entre em contato com o emissor para verificar a autenticidade da cobrança. Se mesmo tomando todas as precauções, o usuário se tornar mais uma vítima dos criminosos, é fundamental fazer o boletim de ocorrência para evitar que outras pessoas sejam prejudicadas.
*Analista antifraude da Gerencianet
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