Dilma lança farpas à oposição e diz que manterá ajuste fiscal

Em uma entrevista de 20 minutos durante a cerimônia de sanção do novo Código de Processo Civil, a presidente Dilma Rousseff falou pela primeira vez depois das manifestações que levaram  quase dois milh&ot...

Em uma entrevista de 20 minutos durante a cerimônia de sanção do novo Código de Processo Civil, a presidente Dilma Rousseff falou pela primeira vez depois das manifestações que levaram  quase dois milhões de pessoas às ruas do Brasil em protesto contra seu governo, de acordo com cálculos das polícias militares. Dilma procurou relativizar o peso das denúncias de corrupção que moveram multidões neste fim de semana ao afirmar que, no Brasil, a corrupção “é uma senhora idosa”. Não faltaram farpas à oposição, que segundo Dilma não teria grande disposição para dialogar e estaria fazendo uma aposta temerária na instabilização do país. Sobre o ajuste fiscal, prometeu não recuar nas medidas. Confira os trechos mais importantes a seguir:

 

 

Dilma começou a coletiva afirmando que está aberta ao diálogo. "Na questão do ajuste existem algumas divergências", reiterou a presidente. "Toda vez que se tenta combater uma crise econômica, ela cria um problema social e financeiro", emendou. Nessa parte, a presidente voltou a falar sobre o cenário econômico mundial e as políticas econômicas de desoneração adotadas pelo governo federal. "Nós fizemos todo o esforço para manter o emprego. Temos a clareza que o processo veio se agravando, nós podemos ver isso em vários setores", declarou.

 

"O País não quebra quando lá fora as coisas ficam mais voláteis como estão lá fora", sublinhou. "Nós vamos fazer esse esforço. Ele vai ser feito ao longo deste ano", assinalou a presidente que fez questão de lembrar que o Brasil tem "todas as condições" de sair da situação de fragilidade financeira. Dilma focou seu discurso na necessidades de ajustes na economia, disse que era preciso fazer os ajustes e afirmou que é necessária união neste momento. "Vamos brigar depois", disse.

 

Questionada sobre autocrítica pela imprensa, Dilma afirmou que "é possível que a gente possa até ter cometido algum erro de dosagem (na avaliação da situação econômica)", afirma a presidente que disse que "tem gente que acha que deveríamos ter deixado as empresas quebrarem". "É um fato constatado, a economia não reagiu, ninguém pode negar isso", destacou Dilma lembrando que o governo fez de tudo para que a economia reagisse e continuasse produzindo empregos.

 

"Quanto à questão de isolar o PMDB, longe de nós querer isolar o PMDB, muito pelo contrário", afirmou a presidente após ser questionada sobre a articulação política. "Se você instabiliza o país sempre que lhe interessa, um momento essa instabilidade passa a prejudicar a todos", garantiu Dilma que pediu que a população chegue a um "consenso mínimo".

 

A presidente reiterou que é necessário tratar todas as instituições brasileiras com responsabilidade. Ela também declarou que é uma "temeridade" acreditar que alguém vai ganhar com a instabilização do país e que é uma "ingenuidade política" apostar nisso. "Esses acontecimentos mostram que qualquer teoria de que o governo interferiu sobre o Ministério Público ou sobre qualquer pessoa é absolutamente infundada", afirmou a presidente ao ser questionada sobre a décima etapa da Operação Lava Jato deflagrada nesta segunda-feira (16) que tem o tesoureiro do PT João Vaccari Neto como um dos alvos acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

 

"O Congresso não tem sido adverso, sempre que foi explicado, debatido antes, o Congresso tem sido bastante sucinto", constatou Dilma que minimizou as dificuldades de relação com o executivo. A presidente também foi perguntada sobre a postura do governo no momento de instabilidade e sobre as declarações de Eduardo Cunha de que a corrupção está no Executivo. "Você só pode abrir diálogo com quem quer abrir diálogo. Eu procurarei abrir diálogo com quer for", respondeu Dilma. A presidente ressaltou que está aberta a receber críticas e que está disposta a dialogar sobre os erros que eventualmente seu governo cometeu. No entanto, ela observou também que será firme na iniciativa do ajuste fiscal. "A corrupção não nasceu hoje, ela não só é uma senhora bastante idosa nesse país, como ela também não poupa ninguém", voltou a afirmar Dilma ao lembrar que a crise econômica de 2008 foi fruto de grandes fraudes bancárias.              

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Sábado, 14 Dezembro 2024

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