A inovação como chave para a transformação digital
O Grupo Gartner, empresa de consultoria especializada em tecnologia, afirma que até 2021, os investimentos em inovação digital vão dobrar para que as organizações tradicionais enfrentem o desafio da modernização; e o IDC aponta que até 2023, mais da metade de todos os gastos em TIC serão diretamente para transformação e inovação digital. Embora seja recorrente o tema da transformação digital em uma organização, nem todos sabem por onde começar. A verdade é que não há apenas um caminho, nem uma fórmula pronta, tampouco um resultado único, e as barreiras à inovação são muitas: entraves culturais, financeiros e burocráticos.
A Forrester, empresa norte-americana de pesquisa sobre o impacto da tecnologia, destaca que apesar dos anos de aporte em tecnologia, poucas organizações investiram na preparação dos funcionários para o futuro do trabalho, não estando, portanto, preparadas para trabalhar com cenários de automação. A adaptação e desenvolvimento humano é uma questão essencial para a sobrevivência profissional no cenário de modernidade. Em um mundo dinâmico e cada vez mais imprevisível, é preciso conseguir olhar o horizonte e imaginar novas realidades. Para tanto, o primeiro passo é mudar o modelo mental engessado e dominante e adotar uma mentalidade aberta às incertezas e aos riscos. Assim, parte do benefício de investir em um processo de inovação é a abertura que ele promove dentro da organização para a experimentação.
O Gartner aponta como tendência o uso dos recursos tecnológicos para aprimorar as capacidades cognitivas e físicas de uma pessoa. Na parte física, pode ser feito por meio do uso de wearables que melhoram a segurança do trabalhador, por exemplo. Já o aprimoramento cognitivo eleva a capacidade de pensar e tomar decisões efetivas explorando informações e aplicativos que estimulam o aprendizado e as novas experiências. Além do mais, aqueles que querem liderar o cenário de mudança e criar vantagens para sua organização, devem repensar seus modelos a partir do uso de tecnologias exponenciais. Participei recentemente da primeira edição no Brasil do programa executivo da Singularity University, que destacou inteligência artificial, blockchain, realidade virtual, impressão 3d, neurociência e manufatura digital, como as tecnologias exponenciais mais promissoras. Essas ferramentas estão ultrapassando barreiras com aplicações em diversos setores da economia e da sociedade.
As inovações disruptivas são aquelas que criam um novo mercado e uma nova rede de valor que, muitas vezes, acarretam no fim de um mercado e de uma rede existente, substituindo empresas, produtos, alianças e líderes estabelecidos, como é o caso da Kodak, por exemplo. Tais inovações dificilmente são produzidas por líderes de mercado, pois consomem grandes recursos do negócio e tendem a não ser rentáveis no início. Ou seja, um processo disruptivo pode levar bastante tempo e o risco associado a ele é maior do que as outras formas de inovação, incrementais ou evolutivas. Porém, à medida que as organizações aceleram, o investimento em inovações tecnológicas disruptivas gera frutos. Quando isso ocorre, instaura-se uma mentalidade de crescimento aberta às novas ideias e aos riscos. Essa é a postura que delimita quem tem espaço no futuro, e quem não tem.
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