PR e RS dão sinais de baixo crescimento populacional
Em 2015, o debate em torno da aposentadoria de servidores públicos estaduais inspirou reformas importantes – e muitas polêmicas – no Paraná e no Rio Grande do Sul. A preocupação é grande. A cada ano, o rombo na previdência cresce mais um pouco, tornando mais desafiadora a tarefa de manter a máquina pública girando. Entre os censos de 2000 e 2010, as populações dos dois Estados estiveram entre as que menos cresceram no Brasil (veja a tabela a seguir). A do Rio Grande do Sul, inclusive, foi a que menos cresceu no país – reflexo não só do baixo índice de fecundidade, mas também do fluxo migratório negativo, como indica Pedro Zuanazzi, do núcleo de Demografia e Previdência da Federação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE).
Se mantiver o ritmo de crescimento, a população com mais de 65 anos deverá dobrar no Paraná e no Rio Grande do Sul, entre 2010 e 2030. Ao mesmo tempo, a população economicamente ativa (de 15 a 64 anos) deverá diminuir. “Não se quer dizer que todo aposentado será servidor público, mas há uma relação. Os Estados mais idosos costumam ter servidores públicos mais idosos. Além disso, há o problema fiscal: a população ativa, que sustenta o déficit da previdência, não está se repondo”, diz Zuanazzi.
Paraná e Rio Grande do Sul estão entre os primeiros Estados a dar sinais de baixo crescimento e envelhecimento populacional. Mas a dupla só está antecipando um cenário que, mais cedo ou mais tarde, atingirá todo o Brasil – inclusive Santa Catarina.
Países desenvolvidos como Alemanha e Japão enfrentaram o mesmo processo nas últimas décadas. A diferença, segundo Zuanazzi, é que, nesses casos, a mudança ocorreu em ritmo mais lento. Mesmo assim, o envelhecimento e a baixa natalidade não deixam de ser um problema para a economia global. Como alternativa, esses países adotaram políticas de incentivo à natalidade e até à imigração. Se nos próximos anos as projeções se confirmarem, Paraná e Rio Grande do Sul – e todo o Brasil – terão de seguir o mesmo caminho.
UF | Cresc. Pop. (2000-2010) |
RS | 7,3% |
RJ | 8,6% |
PI | 9,2% |
BA | 9,2% |
PB | 10,0% |
PE | 10,6% |
MG | 10,8% |
PR | 10,9% |
AL | 11,5% |
SP | 12,4% |
Brasil | 12,7% |
CE | 12,7% |
MA | 14% |
RN | 15% |
ES | 15,7% |
SE | 16,2% |
SC | 16,4% |
MS | 17% |
RO | 18,7% |
MT | 19% |
PA | 19,6% |
TO | 19,6% |
GO | 21,3% |
DF | 23,4% |
AC | 25% |
AM | 25,5% |
RR | 36,8% |
AP | 37,4% |
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