Condor: alçando voos para além do Paraná

O case a seguir faz parte do livro “Paraná – Grandes Marcas”, publicado pelo Instituto AMANHÃ. Quando abriu um pequeno mercado no bairro curitibano do Pinheirinho, em 1974, o jovem Joanir Zonta não imaginava como, muito em breve, a loja de 110 m² e c...
Condor: alçando voos para além do Paraná

O case a seguir faz parte do livro “Paraná – Grandes Marcas”, publicado pelo Instituto AMANHÃ.


Quando abriu um pequeno mercado no bairro curitibano do Pinheirinho, em 1974, o jovem Joanir Zonta não imaginava como, muito em breve, a loja de 110 m² e cinco funcionários seria pequena para sua trajetória de sucesso. Então com 23 anos, o empreendedor precisou, menos de um ano depois, comprar o terreno ao lado para multiplicar sua estrutura. Em três pavimentos, de 220 m² cada um, organizou a nova loja, um escritório, um depósito e seu próprio apartamento. 

Novamente, Zonta subestimou a capacidade de crescimento de sua iniciativa. Enquanto a clientela aumentava, e o faturamento não decepcionava, foi necessário buscar uma nova área para expandir suas atividades. Ainda no bairro do Pinheirinho, em 1977, projetou e inaugurou uma loja com 1,2 mil m² de área de vendas e 60 funcionários. Sem fugir às raízes, o centro administrativo do Condor funciona no local, até hoje.

Tamanha dedicação rendeu frutos, e deu origem à maior rede de supermercados com presença no Paraná, responsável pelo emprego de mais de 11 mil colaboradores. Coincidentemente, ao completar 44 anos, o Condor chega à marca de 44 lojas – entre supermercados e hipermercados espalhados por 15 cidades paranaenses –, transcendendo fronteiras, com a chegada da marca à catarinense Joinville, em 2016. Todas as lojas da rede são abastecidas diariamente por uma central de distribuição com mais de 70 mil m² em Curitiba.

Asas para crescer
A estabilidade econômica e a globalização dos anos 1990 colocou o setor de supermercados brasileiros na mira dos grandes players internacionais. Em tal cenário de desafios, o Condor não se recolheu e abriu suas asas para alçar voos ainda maiores. Em 1998, a venda da principal rede de supermercados do Paraná para um grupo estrangeiro fez Zonta perceber a ameaça como uma oportunidade para consolidar-se no mercado. 

Uma escolha precisava ser feita: ceder ao assédio das redes estrangeiras e vender a empresa, ou aproveitar e conquistar os consumidores descontentes com as novas práticas que chegavam às gôndolas e caixas de sua região. A opção foi, com recursos próprios combinados ao amparo do BNDES, aceitar o desafio: modernizar as lojas, informatizar a empresa e adotar práticas inovadoras de gestão e marketing. Os consumidores saudosos da antiga rede dos paranaenses tinham agora a quem recorrer. 

Joanir Zonta, presidente da rede e comandante do Condor até hoje, tem uma explicação para a fidelidade dos consumidores à marca. O que diferencia a empresa das demais é seu discurso alinhado à ação. “Um comportamento comum em vários segmentos é anunciar o menor preço, a melhor qualidade e atendimento, mas o consumidor não encontrar isso na prática. É preciso saber aliar preço e qualidade”, avalia. Segundo ele, o compromisso da rede Condor é ajudar o consumidor a economizar, oferecendo produtos de qualidade, um mix amplo, ofertas que contribuam para fazer render o orçamento familiar e colaboradores constantemente treinados para o melhor atendimento. Para isso, o grande diferencial da rede é a relação construída com clientes, fornecedores, colaboradores e comunidade. “Isso não fica somente na relação comercial. Nossa filosofia sempre foi a de estabelecer um relacionamento pessoal, construído principalmente com confiança e respeito mútuos. Temos um compromisso com a população que atendemos”, completa o presidente.

Aceito o desafio de encarar a competição, por mais acirrada que fosse, a partir de 2000, o Condor projetou e investiu na implantação de um estilo novo para as lojas, com foco renovado no formato hipermercado. Em agosto do mesmo ano, foi inaugurada a primeira loja do tipo na cidade de Londrina. Em 2001, as lojas Ponta Grossa Nova Rússia e São José dos Pinhais Centro foram remodeladas para o formato de hipermercado. Em 2002, foi a vez do primeiro hipermercado em Curitiba, na rua Nilo Peçanha.

Se no Paraná as operações estavam consolidadas, o Condor via seu horizonte atravessar fronteiras. A primeira loja fora do estado foi inaugurada em 2016, na catarinense Joinville. E o movimento foi ousado: o empreendimento gera hoje 450 empregos diretos, possui um espaço denominado Galeria Condor, que oferece mais 200 empregos indiretos, conta com 61 lojas de apoio e praça de alimentação com oito opções de estabelecimentos gastronômicos.

Inovando com responsabilidade e sustentabilidade
Com uma tradição de décadas, a rede Condor não parou no tempo, e fez a leitura de que as práticas do século 21 obrigam as organizações a inovar de maneira sustentável para manterem-se competitivas e responsáveis – tanto no mercado quanto na sua relação com a comunidade. Exemplo disso é o fato de contar com a maior usina de energia solar do sul do país, que preserva o meio ambiente, uma vez que se trata de um recurso totalmente renovável e consistente. Instalada no Hiper Condor Santa Quitéria, a inovação contou com um investimento de R$ 2 milhões e é responsável pela geração de mais de 50 mil kWh/mês, equivalente ao consumo de mais de 200 famílias.

Outra iniciativa veio em 2011, quando foi inaugurado o primeiro hipermercado da América do Sul a utilizar o CO² – gás refrigerante 100% natural que substitui os gases sintéticos – no setor de congelados. Como o CO² está presente na natureza, não agride a camada de ozônio e ainda diminui em 20% o consumo de energia no sistema de congelados, o que representa uma redução de cerca de 5% no consumo de energia no sistema de refrigeração total. No setor de refrigerados, é utilizado o gás Glicool, que reduz em até 90% os gases poluentes. A solução vem sendo implantada com sucesso nas últimas unidades inauguradas.

Além disso, as lojas apostam em cuidados voltados à sustentabilidade, como o aproveitamento da luz natural por meio dos domus prismáticos instalados na cobertura, que filtram os raios ultravioletas em até 98%, economizando energia e tornando o ambiente mais agradável. Outra inovação é o reator dimerizável – um sensor de iluminação acionado ao acender as luzes pela manhã, que ajusta a intensidade luminosa automaticamente, conforme a incidência de luz natural. Um sistema de captação de água da chuva também vem sendo implantado nos novos empreendimentos, com o objetivo de aproveitar a água pluvial na irrigação de jardins, descargas sanitárias e lavagem de pisos.

Na área de responsabilidade social, a rede criou o Instituto Joanir Zonta, que tem o objetivo de atuar diretamente nas comunidades onde estão inseridas suas lojas. Mantido pelo Condor, e sob a liderança de Sandra Zonta, diretora do Condor, o Instituto viabiliza diversos projetos em benefício da população, com o desenvolvimento e execução de ações voltadas às necessidades de cada região assistida.

Uma delas é a Campanha Solidária Condor, uma ação de responsabilidade social em que parte da venda dos produtos anunciados nos tabloides específicos da campanha é revertida, em forma de vales-compras, para as instituições das cidades atendidas pela rede. Nos 11 anos da ação que envolve os clientes, os fornecedores e os colaboradores, a campanha totalizou um montante de R$ 3,9 milhões doados para 218 instituições. Os vales-compras podem ser trocados por alimentos, produtos de higiene e limpeza, bazar, roupas e eletros em qualquer uma das lojas da rede.

Atento às suas responsabilidades com o ambiente e com as comunidades onde atua, o Condor construiu sua história com base no tripé colaboradores, fornecedores e clientes. Na relação entre os três, uma rede nasceu, cresceu, aceitou desafios, inovou e ultrapassou fronteiras. Para o Condor, nem mesmo o céu é o limite.

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Quarta, 11 Dezembro 2024

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