Rumo vê lucro cair pela metade em 2021
Em 2021 a Rumo viu sua receita operacional líquida crescer 6,8% atingindo R$ 7,4 bilhões. O lucro, porém, caiu quase pela metade (veja os principais indicadores na tabela ao final desta reportagem). Boa parte desse revés se deveu ao prejuízo de R$ 384 milhões no quarto trimestre. "Em função da quebra de safra de milho no segundo semestre, o crescimento de volume e tarifa, a partir a estratégia de ganho de market share, visando ocupar mais capacidade, foi insuficiente para cobrir o aumento do custo variável e a pressão de inflação sobre os custos fixos", explica a empresa.
O volume transportado pela Rumo em 2021 atingiu 64 bilhões de TKU, 2,5% acima do ano anterior. Esse resultado é consequência da quebra de safra do milho, ocorrida no segundo semestre, a qual foi atenuada por uma estratégia comercial que trouxe ganho de market share. Na Operação Norte, houve aumento de 3,2% dos volumes transportados, apesar da queda de 30,3% do volume transportado de milho.
A Operação Sul apresentou retração de 1,9% no volume transportado em 2021, atingindo 13,4 bilhões de TKU, refletindo a quebra de safra do milho, que foi mais severa nos estados da região Sul e os efeitos da isenção temporária de pedágio no Paraná. Houve crescimento no ano em todos os demais segmentos, com destaque para cargas industriais (14,8%), soja (11,2%) e combustível (9,9%).
A Operação Sul perdeu 1,6 ponto percentual no market share de transporte de grãos aos portos de Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC). O volume para os portos do Sul caiu 19,3%, enquanto o mercado apresentou uma queda de 14,9%. A isenção temporária das tarifas de pedágio do Paraná e a quebra de safra de milho contribuíram para a redução do frete rodoviário. Nesse mesmo período, as tarifas ferroviárias cresceram 14,7%, o que resultou em um menor nível de market share para a Rumo.
"A receita líquida totalizou R$ 7,4 bilhões no ano, 6,8% acima de 2020, em função do aumento de 4,5% na tarifa consolidada e de 2,5% no volume. As tarifas no primeiro semestre refletiram o repasse dos ajustes do preço de combustível, e no segundo semestre foram impactadas negativamente pela quebra de safra de milho, pela captura do volume de grãos em regiões mais distantes e também pela maior pressão sobre os preços spots de grãos", detalha a empresa em seu relatório trimestral.
Com relação ao mercado de soja em 2022, segundo as projeções da Agroconsult, o Brasil deverá ter uma safra de 127 milhões de toneladas, das quais 78 milhões devem ser exportadas. Nos estados de Mato Grosso e Goiás, são esperados recordes de produção em 2022. Enquanto o Mato Grosso deve produzir cerca de 40 milhões de toneladas, 11,2% a mais do que a safra 20/21, em GO é esperada uma produção de 15 milhões de toneladas, 10,6% superior à safra anterior. "Apesar do crescimento esperado na região Centro-Oeste, a estiagem na região Sul tem reduzido as projeções nacionais de produção, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná", alerta a Rumo.
José Alberto Abreu, CEO da Rumo, destaca no relatório trimestral a expansão que a companhia planeja para o Centro-Oeste. "Seguiremos com nossa expansão comercial em um Mato Grosso que ainda esse ano receberá a licença de instalação para Lucas de Rio Verde e continuaremos em busca do crescimento acelerado de volume em Goiás, essa nova fronteira que precisa ser
ocupada com velocidade. Esses projetos são um divisor de águas para a Rumo, e que vai colocar o Brasil no mapa como um dos países com a infraestrutura mais eficiente e competitiva do agronegócio", revela.
A Rumo é a sétima maior empresa da região e também a terceira maior do Paraná, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. Leia o anuário completo clicando aqui, mediante pequeno cadastro.
Quer saber mais sobre empresas do Sul?
Receba diariamente a newsletter do Grupo AMANHÃ. Faça seu cadastro aqui e, ainda, acesse o acervo de publicações do Grupo AMANHÃ.
Veja mais notícias sobre Negócios do SulEmpresaParaná.
Comentários: