Construa Sul aponta caminhos para o desenvolvimento do setor da construção

Ademicon, Dimas Construções e Melnick relataram suas experiências no evento organizado pela CBIC em Curitiba
"Nossa empresa não tinha referências, ninguém trabalhava com consórcio de imóveis", contou Tatiana, que arregaçou as mangas aos 18 anos e hoje vem liderando a expansão vertiginosa da Ademicon

Inovação, gestão cuidadosa e determinação. Essas qualidades pautaram as histórias apresentadas a empresários do ramo da construção durante o Construa Sul, em Curitiba (PR). O evento organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) reuniu no fim da semana representantes das mais de 90 entidades associadas. Cases de destaque do setor apresentaram boas práticas de organizações de toda a região Sul para atuar num mercado em expansão, mas confrontado por cenários imprevisíveis.

Uma história construída em família — essa é a origem da Ademicon, primeira empresa de consórcio de imóveis do Brasil. A CEO Tatiana Schuchovsky Reichmann e o fundador Raul Schuchovsky trouxeram os pontos altos da jornada da empresa, uma das maiores administradoras independentes de consórcios do Brasil em créditos ativos e quinta maior entre os bancos, com mais de 30 anos de atuação no mercado. "No início me dava uma agonia tentar liberar crédito, com a dificuldade que era lidar com os bancos", relembrou Raul, sobre o início das negociações de consórcios imobiliários. "Nossa empresa não tinha referências, ninguém trabalhava com consórcio de imóveis", contou Tatiana, que arregaçou as mangas aos 18 anos e hoje vem liderando a expansão vertiginosa da Ademicon.

Sediada em Curitiba, a empresa se destaca por seu crescimento contínuo, oferecendo soluções financeiras que abrangem consórcios de imóveis, veículos, serviços e crédito. A empresa administra R$ 110 bilhões de créditos comercializados, sendo 50% da carteira na região Sul. O crescimento durante a pandemia foi de 43%, graças ao investimento em tecnologia que permitisse acelerar a transformação digital. "O consórcio serve para quem quer comprar a primeira casa, mas também para o segundo imóvel, para fazer reformas, benfeitorias em fazendas, casas de praia", enumera Tatiana. "Estamos ajudando as pessoas a ter o dinheiro para comprar sua casa. E ainda criamos a aposentadoria imobiliária", conta Raul.

Daniel Dimas, diretor da Dimas Construções, de Florianópolis, destacou a importância de atuar com equipe de vendas formada por especialistas e pós-venda com boa comunicação e objetividade. "Todo mundo tem o sonho de montar seu primeiro apartamento, mas num segundo imóvel o cliente acaba abraçando nossa solução de personalização de acabamentos e mobiliário, porque já sabe o trabalho que dá", contou. A Dimas começou com médio padrão e ampliou para a faixa de alto padrão. "Percebemos que nosso cliente está nas ruas, utilizando os parques, então nossos projetos fazem muitas intervenções urbanas no entorno", relatou o diretor, citando o parque linear do Córrego Grande, de 2014, bem como o Parque Beira Mar, em São José, de 2017. "O comércio, a vida está indo para os bairros que eram considerados puramente comerciais", revela.

Leandro Melnick, de Porto Alegre, contou como a empresa familiar dirigida por ele tornou-se a única incorporadora da região a abrir capital na B3. Para ele, um grande acerto foi a Melnick ter colocado em prática bons conceitos de gestão. "Não adianta fazer de conta que a macroeconomia não existe, a começar pelo entendimento dos juros, que no nosso setor de longos ciclos de produção é muito relevante", explica. "Entendemos que os ciclos abruptos do Brasil são inadequados para a incorporação, mas é possível contornar isso usando as melhores técnicas de gestão e disciplina", sugeriu. O diretor contou que o segredo da Melnick passa pelo desenvolvimento de pessoas, produtos fantásticos e ausência de dívidas. "Fomos uma das primeiras empresas a aplicar ISO 9000, PPR, e isso mesmo quando ainda era pequena", recordou. A compra e reposicionamento da Even, maior construtora em volume de São Paulo e com atuação em todo o país, representou um grande salto e desafio na história da empresa.

Para o presidente da CBIC, Renato Correia, o setor pode dobrar sua participação no PIB. "Mas para isso, precisamos de um ambiente mais amigável, previsível e seguro para os negócios", disse. Em sua fala no Construa Sul, ele reforçou o papel da construção como parceira natural do poder público para enfrentar gargalos em infraestrutura, energia, saneamento e habitação.

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Terça, 17 Junho 2025

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