Ágora Tech Park atrai investimento de R$ 20 milhões
O emergente ecossistema de inovação em Santa Catarina ganha um reforço com a expansão do parque tecnológico da maior cidade do estado: inaugurado há exatos dois anos, o Ágora Tech Park representou um marco para o setor de tecnologia da industrial Joinville ao concentrar empresas, entidades e iniciativas de desenvolvimento de startups. No final de março, quando completou dois anos de atividade, o parque tecnológico inaugurou dois prédios: um deles, o Ágora MOB, terá como operação-âncora um cluster de saúde, com uma smart clinic oftalmológica, uma farmácia-conceito (com utilização de novas tecnologias e serviços de entrega e compra de medicamentos) e espaço para incubação de startups.
O espaço vai sediar também empresas de tecnologia e de outros segmentos com um objetivo em comum: usufruir do ambiente de inovação e conexão com startups, mentores e investidores para desenvolver projetos de open innovation e inteligência estratégica, além de expansão comercial. Antes mesmo da inauguração, o segundo prédio já tinha uma taxa de ocupação de 65% - a expectativa é concluir a ocupação ainda em 2021, apesar da pandemia.
O cluster de saúde, chamado Ágora.Health, conta com empresas-âncora como oGrupo Opty (maior grupo de oftalmologia da América Latina), o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem e a varejista Clamed (que detém marcas como Drogarias Catarinense, Farmácia Popular, ProFormula e Farmagora) e tem entre os projetos o Sadalla.Smart, clínica oftalmológica que vai utilizar processos automatizados e inteligentes em todo o processo de atendimento aos pacientes com base em plataformas de Internet das Coisas (IoT) e Data Analytics. No ambiente, os usuários terão à disposição equipamentos e sistemas de última geração, como refratores digitais de altíssima definição pioneiros no Brasil, softwares integradores e também produtos hospitalares como pias que produzem água ozonizada (que mata bactérias e vírus de superfície) para limpeza da clínica, bebedouros especiais, entre outros.
"O movimento de transformação digital na saúde tem como meta colocar o usuário no centro, proporcionando uma experiência engajadora que o inspire a cuidar melhor de sua visão e saúde geral. E o ponto de partida é conhecer o paciente, redesenhar, construir e otimizar processos clínicos centrados na jornada dele dentro do ecossistema de saúde", comenta o médico oftalmologista Renan Oliveira, head de Inovação do Grupo Opty e presidente do Ágora.Health.
O terceiro prédio, Ágora DAT, é um datacenter de última geração, com certificação TIER III, com investimento superior a R$ 20 milhões, feito pela Armazém Datacenter, empresa de Brusque (SC) que conta com mais de mil clientes no país. A empresa buscava um local para expandir as operações no Sul do país e escolheu o parque tecnológico pela conexão com o ambiente de inovação.
Enquanto a capital Florianópolis se consolidou nos últimos anos como um celeiro de startups, Joinville passou a agregar inovação e tecnologia a seu histórico de "berço industrial" e maior PIB do estado. "Não estamos começando do zero. Joinville é um dos maiores polos industriais do país e agora acoplamos todo esse histórico à Nova Economia e às startups, ajudando empresas tradicionais a se reinventar no mundo digital. Em poucos anos, ajudamos a mudar o mindset corporativo na região", explica Jean Vogel, diretor executivo do Ágora.
O Ágora sedia também a Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), que reúne empresas líderes no desenvolvimento da indústria 4.0 e da IIoT (internet industrial das coisas) no país. "Joinville é referência nesse setor e nós precisávamos estar bem posicionados para apresentar ao mercado de tecnologia o potencial dessas aplicações, que não se limitam à manufatura. Estar em um hub como esse potencializa nossas conexões e as oportunidades de projetos", comenta José Rizzo Hahn, presidente da ABII e fundador da Pollux, empresa instalada no Perini Business Park e que foi recentemente adquirida pela Accenture, consultoria líder global de mercado.
Um dos primeiros projetos do parque tecnológico é o City Lab, um laboratório a céu aberto e em ambiente controlado, com gestão privada, que permite a empresas fazerem testes de novas tecnologias. "Não estamos isolados em um escritório, mas praticamente em uma cidade, com espaço para testar projetos pilotos em áreas que a Internet Industrial também atua, como Saúde e de Cidades Inteligentes. Aqui podemos testar na prática, e em conjunto com startups, tecnologias como semáforos inteligentes, robótica, IoT para saúde, entre outras possibilidades" resume Rizzo, da ABII.
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