Fed estima nova alta nos juros dos EUA para levar inflação à meta
Em meio a uma economia resiliente, os membros do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, concordaram na sua última reunião que a política monetária americana deve permanecer restritiva, por mais tempo, para levar a inflação à meta de 2%. A informação consta na ata do encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). O documento também mostrou que a maioria das autoridades do Fed vê como "altamente incerta" a trajetória futura da economia americana, apesar de acreditar que a atividade está perdendo força, como o esperado. O colegiado também afirmou que há necessidade de mais informações que mostrem a perda de ritmo da inflação, para que o Fed "fique mais confiante" de que está no caminho certo. Mesmo com a decisão na reunião do mês passado de manter os juros entre 5,25% e 5,5% – maior patamar em 22 anos – 12 dos 19 membros indicaram a necessidade de retomar o ciclo de aperto para mais um ajuste até o final do ano.
"Os dirigentes esperam que os dados que vão chegar nos próximos meses ajudarão a esclarecer até que ponto o processo de desinflação continua e se o mercado de trabalho alcançaria um melhor equilíbrio entre a demanda e a oferta", diz um trecho da ata. Importante lembrar que em setembro a economia americana criou o dobro de vagas do que era esperado pelos analistas. Para o especialista em câmbio da Manchester Investimentos, Thiago Avallone, a ata mostrou "que os dirigentes do Fed estão muito preocupados com o futuro do aperto monetário". Segundo ele, existem três pontos de atenção: o preço das commodities no mercado internacional; as greves sindicais nos Estados Unidos, que podem trazer problemas a vagas de emprego e até na economia local; e a volatilidade dos índices econômicos. "Essa incerteza, a não coerência da evolução da economia americana, acaba trazendo um possível aumento na taxa de juros até o final desse ano", conclui.
Os dirigentes do Federal Reserve também afirmaram no documento que potenciais choques no preço do petróleo no mundo e o impacto de greves nos Estados Unidos podem alimentar uma piora da inflação. A economia mais fraca da China, dificuldades em estimar o estado dos mercados financeiros e o estresse bancário criam condições ruins para a economia americana. "Condições de crédito mais restritivas vão pesar na atividade econômica, contratações e inflação. Mas a extensão desses efeitos é incerta", afirma o documento.
Com Redação da B3
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