A ebulição brasileira pela China

Mantido o ritmo atual, é provável que nos próximos anos o interesse nacional pelo gigante asiático evolua para outros países do continente 
Confesso que quando comecei minha labuta profissional de palestras e cursos sobre a China, em 1997, não imaginava que um dia haveria tanto interesse assim no Brasil pela distante e diferente China

Entramos em 2021 no Brasil com grande ebulição sobre a China em vários estados. Aprender mandarim [20 de abril é o dia da língua chinesa, data estabelecida pela Organização das Nações Unidas, a ONU] virou uma febre: muita gente agora quer saber o putonghua, o pinyin e o hanzi para poderem se comunicar de igual para igual no maior mercado consumidor do mundo. Graças a todo esse interesse, além dos cursos regulares em escolas particulares, e nas universidades pelo Instituto Confúcio, surgiram vários cursos na Internet, atraindo cada vez mais pessoas de todas as idades, de olho nas possibilidades na China ou em empresas chinesas no Brasil.

Como agora quase tudo acontece na Internet, é no Linkedin, Facebook etc que aparecem todos os dias a divulgação de palestras, cursos e seminários, apresentados por profissionais autônomos e de empresas, entidades, e de universidades com centros de estudos sobre a Ásia ou a China; mais matérias, artigos e entrevistas em jornais, revistas, sites e blogs. Confesso que quando comecei minha labuta profissional de palestras e cursos sobre a China, em 1997, não imaginava que um dia haveria tanto interesse assim no Brasil pela distante e diferente China.

Agora existem centros de estudo sobre a China/Ásia nas universidades federais de Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais, Brasília, Rio de Janeiro (UFRJ e UFF), São Paulo (USP), Santa Catarina (UFSC) e Rio Grande do Sul (UFRGS), e nas estaduais da Paraíba, São Paulo (Unesp e Unicamp) e Rio de Janeiro (UERJ). Há ainda na PUC e ESPM (São Paulo), além da PUC e FGV (Rio de Janeiro). Mais o pioneiro CEBC (Conselho Empresarial Brasil-China), o Núcleo Ásia do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais) e várias câmaras de comércio Brasil-China, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Para quem começou a trabalhar a divulgação recíproca dos dois países há 40 anos, como o meu pai Wladimir Pomar, é animador constatar essa ebulição brasileira. Demorou, mas hoje parece não ter volta. E da parte chinesa, o interesse pelo Brasil também continua pragmaticamente muito forte. Mantido o ritmo atual, é provável que nos próximos anos o interesse brasileiro pela China evolua para outros países da Ásia, em especial a Índia – que deverá se tornar "a" compradora de alimentos do país, superando a China.

A demanda virtual sobre China e Ásia em abril e maio está intensa: quase mil participantes na "Atualização em Estudos Asiáticos", do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade Federal Fluminense, parceria com o Instituto de Estudos da Ásia da Universidade Federal de Pernambuco (Ieasia/UFPE) – que em 2020 realizou o III Encontro (virtual) da Rede Brasileira de Estudos da China, com mais de 20 mil visualizações, e em maio (23 a 27) terá curso sobre a China para a região Nordeste.

O Instituto de Estudos sobre a China da Universidade Federal de Santa Catarina (ICHIN – Instituto de Estudos sobre a China da UFSC) recebeu 300 inscrições em poucos dias, para o curso "China, 1949-2025: de país muito pobre a maior economia do mundo", de 3 a 7 de maio. A participação é gratuita. Nos dois cursos em maio, do Ichin/UFSC e do Ieasia/UFPE, o professor é o mesmo: esse articulista do blog "Conexão Ásia", de AMANHÃ. 

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Quinta, 21 Novembro 2024

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