Ibovespa perde os 100 mil pontos por coronavírus
A sexta-feira (6), assim como aconteceu durante a semana, está sendo marcada pelo nervosismo no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), perdeu os 100 mil pontos. Perto do meio-dia o índice marcava 97.955 pontos, uma queda de 4,1%. No final do pregão, o índice retraia 4,1%, aos 96.996 pontos. Na quinta-feira (5) a B3 encerrou o dia aos 102.233 pontos, com recuo de 4,6%.
Em teleconferência com a imprensa para analisar os resultados da B3 no ano de 2019 e no quarto trimestre, Daniel Sonder, vice-presidente financeiro da bolsa, afirmou que os impactos econômicos do coronavírus poderão fazer com que algumas empresas que estão com operações de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) adiem a listagem. Atualmente existem 22 companhias com interesse em abrir capital na B3. Sonder não tratou casos específicos e declarou que só pode falar de informações públicas. Até o momento, nenhuma oferta foi cancelada por conta do coronavírus.
Depois de 12 altas seguidas, o dólar fechou em queda nesta sexta. A sessão foi marcada por uma nova intervenção do Banco Central (BC). A divisa retraiu 0,3%, cotada a R$ 4,6343. Na máxima do dia alcançou R$ 4,6710. Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 3,4%. No ano, já subiu 15,5%. O real tornou-se a moeda que mais se desvalorizou em todo o planeta em 2020. O euro comercial também bateu recorde nominal e fechou em R$ 5,198, com alta de 1,8%. Pela manhã a moeda do bloco europeu já valia R$ 5,2097, alta de 2,1%, valor que se manteve até o final do dia.
Recentemente, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu, de 2,9% para 2,4%, a previsão de crescimento econômico mundial para 2020. A decisão do Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, de reduzir os juros básicos dos Estados Unidos em caráter emergencial pode forçar o Banco Central brasileiro a reduzir a taxa Selic (juros básicos da economia) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Com as principais cadeias internacionais de produção afetadas por causa da interrupção da atividade industrial na China, indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricar e montar produtos. A desaceleração da China, segunda maior economia do planeta, também pode fazer o país asiático consumir menos insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada de dólares, pressionando a cotação.
Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima. Hoje, o ministro da Economia, Paulo Guedes, atribuiu a desvalorização do real à desaceleração da economia global, aos efeitos do coronavírus e à queda dos juros.
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