As cores do primeiro semestre

Se tivesse de registrar o que foi para mim janeiro de 2019, eu diria que tratou-se de um mês "branco." Ora, tendo passado o réveillon na Áustria, já nos primeiros dias do ano estava sob a neve em Budapeste, na Hungria, e ela me acompanharia por mais ...
As cores do primeiro semestre

Se tivesse de registrar o que foi para mim janeiro de 2019, eu diria que tratou-se de um mês "branco." Ora, tendo passado o réveillon na Áustria, já nos primeiros dias do ano estava sob a neve em Budapeste, na Hungria, e ela me acompanharia por mais duas semanas – na Eslováquia, República Tcheca e Alemanha. Teria até muitas passagens a destacar, mas de todas elas, fico com uma nevasca brusca em Bratislava.

Já fevereiro foi, por assim dizer, bastante tropical. Apesar do colorido do Recife nos dias que antecederam o Carnaval, e até da alegria das ruas de São Paulo, meu estado de espírito era "cinzento". Isso porque vivi a pleno as incertezas algo soturnas que me trouxe o  começo de governo. Perplexo com algumas ações, bem mais do que agora, passei dias meio sorumbático, quase deprimido, sensação que pouco a pouco se evaporou. 

Março foi um composto de muitas cores. Voltei à Europa em pleno Carnaval e, juntamente com amigos, tivemos dias radiantes na Itália e na Suíça. Reencontrei velhos parceiros de negócios em Lugano e subi as montanhas suíças onde o sol antecipou em algumas semanas o degelo, alimentando as corredeiras. Assim para lhe dar uma cor, diria que foi um março  "amarelo", cheio de raios de luminosidade.   

Abril foi decididamente "verde". Nunca comi tanta rúcula, espinafre, agrião e alface. Como o médico disse que precisava fazer uma pequena cirurgia (que ainda não encarei), mas que para tanto precisava perder peso, passei dias frequentando o supermercado para me abastecer de comida saudável. Se os resultados até agora não foram notáveis, abril foi um mês de muitas alegrias no Recife, coroado por uma festa animada. 

Maio para mim foi "vermelho." Meu momento de maior introspecção foi em Aveiro, Portugal, à beira de um grande canal, onde por um momento me senti infeliz. Por dois fins de tarde, fui sentar num banco de praça ao lado de uma enorme traineira encarnada onde meditava sobre a vida, escrevia apontamentos e me preparava para os dias que viriam em Lisboa. Sim, maio foi intenso, tumultuado, mas muito gratificante.        

O mês passado foi "azul". Azul como o céu da Póvoa de Varzim (foto), terra de Eça de Queiroz, onde tive o prazer de receber os primeiros exemplares de meu novo livro. Sendo esta minha cor favorita, posso também associá-la às boas notícias que nos chegaram da Europa, com a celebração do Acordo entre a UE e o Mercosul, um tributo merecido aos esforços de Michel Temer cuja diplomacia, que se lhe seja feita justiça, ajudou a destravar essa agenda. 

Isso dito, vejamos o que nos reserva o segundo semestre.

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Quinta, 12 Dezembro 2024

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