Albuquerque promete solução para a Termelétrica Jorge Lacerda

Complexo catarinense corre o risco de ser desativado
O ministro também informou que o governo trabalha num programa para modernização da cadeia do carvão

Em reunião de diretoria da Federação das Indústrias (Fiesc), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou que até segunda-feira (21) será publicada portaria para instituir um grupo de trabalho que vai estudar solução para o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda (CTJL), de Capivari de Baixo, que corre o risco de ser desativado. Caso isso aconteça, calcula-se que a economia da região deixaria de movimentar R$ 6 bilhões por ano pelo efeito multiplicador proveniente dos recursos do reembolso do carvão mineral, representando cerca de 30% do PIB dos municípios afetados. Além disso, impactaria 15 cidades, ou cerca de 600 mil pessoas, afetando, direta e indiretamente 83 mil pessoas que dependem economicamente do carvão mineral.

"Então, em 180 dias, vamos apresentar não só os estudos, mas também as ações que deverão ser implementadas porque, como todos sabem, o governo federal é sensível a isso", prometeu Albuquerque. No encontro, realizado nesta sexta-feira (18) em Florianópolis, o ministro também informou que o governo trabalha num programa para modernização da cadeia do carvão. Albuquerque afirmou que acompanha de perto a questão da termelétrica, tem conversado com a bancada federal catarinense e já esteve no sul do estado. Além disso, o Plano Decenal de Energia e o Plano Nacional de Energia de 30 anos contemplam a fonte de energia carvão. "Hoje esta fonte representa 2% da nossa matriz elétrica e dentro destes planos também se prevê que esta matriz seja da ordem de 2%", explicou.

Mario Cezar de Aguiar, presidente da Fiesc, entregou ofício ao ministro com os principais pleitos catarinenses na área de energia. Uma das questões que preocupam a entidade é a possível desativação do Complexo Termelétrico. Aguiar destacou que a medida, se confirmada, levaria ao fim a cadeia produtiva, formada pela mineração, ferrovia, geração de energia, moagem de cimento e a rede de fornecedores e prestadores de serviços vinculados ao aproveitamento do carvão mineral do sul catarinense. Ele também lembrou da importância da indústria catarinense, que é um grande consumidor de energia, especialmente de gás natural. "Somos o segundo estado do país em que a indústria tem a maior participação na economia. Quando olhamos a indústria de transformação, tem uma importância fundamental para o desenvolvimento do estado", completou.

Terminal de regaseificação
Ainda na Fiesc, o governador Carlos Moisés assinou a Declaração de Utilidade Pública (DUP) para a implantação do Terminal Gás Sul (TGS), na Baía de Babitonga, em São Francisco do Sul. Com a instalação do empreendimento, haverá o incremento de cerca de 50% na oferta de energia para a região Sul do país. O investimento é aguardado com expectativa pelo setor industrial, que hoje é atendido pelo gasoduto Bolívia-Brasil, que já atingiu o limite de sua capacidade. "O governador assinou um documento extremamente importante para resolver a questão do fornecimento de gás em Santa Catarina. A DPU é essencial para que rapidamente possamos ter instalada uma usina de regaseificação que vai atender toda a demanda da indústria. São investimentos importantes e decisões fundamentais para que o estado consiga prosseguir seu desenvolvimento", declarou Aguiar.

A Golar Power, empresa responsável pelo TGS, aguarda a Licença Ambiental de Instalação (LAI), última etapa do processo de licenciamento para obter a autorização de construção junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No dia 13 de novembro, a companhia protocolou todos os documentos para a obtenção da LAI junto ao Instituto do Meio Ambiente (IMA), e obteve parecer favorável da Procuradoria Geral do Estado à sua implantação.

O vice-presidente da Golar Power, Celso Silva, disse que o investimento vai permitir suprir a demanda de gás catarinense, mas também vai garantir o suprimento para outras regiões do país. "O projeto é basicamente um terminal aquaviário marítimo, composto por sistemas de atracação de um navio, e o investimento previsto está na ordem de R$ 250 a R$ 300 milhões de reais, incluindo o gasoduto que vai ser interconectado ao gasoduto Bolívia-Brasil ou a qualquer outro cliente que necessite naquela área", detalhou.

O TGS terá capacidade para armazenar Gás Natural Liquefeito (GNL) de diversos supridores, fornecendo até 15 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. A expansão da oferta de gás natural vai beneficiar o desenvolvimento de indústrias como a cerâmica, metalmecânica e de vidro, além de suprir a demanda de termelétricas nas regiões próximas ao empreendimento.

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Terça, 16 Abril 2024

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