Rio Grande do Sul tem 10 regiões com bandeira vermelha

Governo acatou pedidos de Cruz Alta, Erechim, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa e Santo Ângelo, que permanecem na cor laranja
Porto Alegre já havia sido classificada com alto risco na semana anterior e não poderia ter regressão na bandeira

Após analisar os 63 pedidos de reconsideração de municípios e associações regionais, o governo do Estado divulgou, nesta segunda-feira (13), o mapa definitivo da décima rodada do Distanciamento Controlado. São 10 regiões em bandeira vermelha (alto risco epidemiológico) e as outras 10 com laranja (risco médio), vigentes a partir da 0h desta terça (14) até as 23h59 da próxima segunda-feira (20). Das 15 regiões preliminarmente classificadas com a cor vermelha, 11 apresentaram recursos e, destas, cinco tiveram os pedidos acatados – Cruz Alta, Erechim, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa e Santo Ângelo – e permanecerão na laranja, ou seja, com menos restrições à circulação e atividades econômicas. Acesse o levantamento da décima rodada do Distanciamento Controlado revisto com os pedidos de reconsiderações ao final desta reportagem.

As regiões de Cachoeira do Sul, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Palmeira das Missões, Passo Fundo e Taquara tiveram os pedidos de reconsideração indeferidos por apresentarem um quadro mais grave nos indicadores de propagação de coronavírus e capacidade de atendimento em saúde. Com isso, ficarão com bandeira vermelha nesta rodada. Somam-se a elas Porto Alegre, Canoas, Capão da Canoa e Pelotas, que já haviam sido classificadas com alto risco na semana anterior e não poderiam ter regressão na bandeira.

Das 15 regiões preliminarmente classificadas com a cor vermelha, 11 apresentaram recursos e, destas, cinco tiveram os pedidos acatados

A pedido de diversas regiões, foi feita uma mudança no protocolo da bandeira vermelha para o funcionamento do comércio varejista não essencial, passando a ser autorizado os formatos pegue e leve (take away) e o drive-thru, além do e-commerce que já estava permitido. Mesmo assim, o modelo segue sendo alvo de críticas do comércio. A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS) emitiu nota afirmando não ser possível aos comerciantes e a população conviverem com tamanhas restrições em função de decretos equivocados. "Teremos de conviver com o vírus por muito tempo e não há condições de se manter tudo fechado por um período mais longo sem que o caos econômico, em curso, aconteça. O momento exige ações planejadas e rápidas no sentido de evitar o colapso. Precisamos encontrar alternativas para não seguir vendo empresas impedidas de exercer suas atividades e negócios quebrando", reitera o documento assinado por Vitor Augusto Koch, presidente da FCDL-RS.

Desde o anúncio do plano de distanciamento controlado, em maio, a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) vem alertando ao governador Eduardo Leite que o fechamento do comércio não essencial a partir da bandeira vermelha traria prejuízos à economia e ameaçaria milhares de empregos. De acordo com o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, a entidade seguirá a fazer sugestões e solicitações para que as políticas de controle à pandemia não prejudiquem ainda mais o setor, que tem adotado todas as medidas de distanciamento e de higiene indicadas pelas autoridades em saúde a fim de preservar a saúde da população.

Lockdown
Ao responder questionamentos da imprensa, o governador Eduardo Leite falou sobre a possibilidade de o Rio Grande do Sul adotar lockdown, algo que vem sendo requisitado e rejeitado por diferentes setores, por diferentes motivos. "Só partimos para medidas mais restritivas à circulação de pessoas quando isso se apresentar como inevitável, mas não deixamos ou deixaremos de tomá-las quando se fizerem necessárias. Não temos medo de optar pelo lockdown, mas não o faremos, visto que estaríamos impondo um sacrifício maior do que o necessário aos gaúchos e gaúchas, que perderão muito se chegarmos a esse ponto", afirmou Leite.

"O modelo é um sistema que tenta conciliar essas duas áreas e é uma alternativa a soluções radicais, como o lockdown completo ou o abre tudo. Até o momento, o Rio Grande do Sul tem tido um bom resultado e tem uma situação menos dramática que os outros Estados. Toda a região Sul, na verdade, está assim. Se as restrições colocadas até agora, com várias regiões em bandeira vermelha, não funcionarem, aí sim teremos de partir para algo mais restritivo", afirmou Leany Lemos, coordenadora do Comitê de Dados

Regra 0-0
Depois da análise de recursos, o Rio Grande do Sul tem 10 regiões em bandeira vermelha, que somam 286 municípios, o que corresponde a 73% da população gaúcha (8.270.737 habitantes). Dessas 286 cidades, 149 não tiveram registro de hospitalização e óbito por Covid-19 de morador nos 14 dias anteriores ao levantamento – equivalente a 8,4% da população gaúcha (948.002 habitantes). Esses municípios se adequam à chamada Regra 0-0 e podem adotar protocolos previstos na bandeira laranja por meio de regulamento próprio. Basta que mantenham atualizados os registros nos sistemas oficiais e adotem, por meio de decreto, regulamento próprio, com protocolos para as atividades previstas na bandeira laranja.

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Quinta, 28 Março 2024

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