Pessoas são os maiores ativos para as Campeãs da Inovação

Executivos da Apetit, Cavaletti, Dell, Docol, Empresas Randon e Whirlpool compartilharam suas experiências na live que premiou as companhias do Sul que mais inovam na região
Conduzido pelo diretor de Redação de AMANHÃ, Eugênio Esber, um dos painéis teve participações de gestores da Apetit, Cavaletti, Dell, Docol e Empresas Randon

O Grupo AMANHÃ realizou nesta quinta-feira (5) o evento que premiou as empresas do Sul presentes na 16ª edição do ranking Campeãs da Inovação, projeto pioneiro no Brasil e que procura medir como as companhias utilizam o conceito em seus negócios. A pesquisa tem a parceira técnica do IXL-Center (Center for Innovation, Excellence and Leadership), de Boston, entidade referência mundial na investigação das melhores práticas de gestão da inovação. Os resultados foram publicados na edição 334 de AMANHÃ (acesse a publicação completa aqui).

"O coronavírus apresentou ao mundo a necessidade da transformação digital que desafia, ameaça e cria grandes e novas oportunidades para quem acompanha essa mudança. As organizações têm urgência em resolver desafios e neste evento queremos premiar empresas que perceberam esse novo momento, pois passaram do discurso da inovação para a prática", afirmou Jorge Polydoro, Publisher do Grupo AMANHÃ no início da live de premiação da 16ª edição de Campeãs da Inovação. Clique aqui para conferir a premiação na íntegra, que contou com depoimentos de companhias do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

O CEO global da IXL Center, Hitendra Patel, abriu o evento fazendo uma metáfora relacionando a pandemia a uma grande tempestade, em que cada negócio está em um barco, mas em situações diferentes. Alguns não são afetados pelo o que acontece, pois são plenamente configurados para o mundo Covid, como a Netflix e Amazon. Organizações que dependem de toque e interação, mas ainda são requeridas pelo mercado também têm uma boa chance de sucesso ao implementarem mudanças, como universidades e supermercados. Também há empresas que requerem pouco contato físico, porém, por algum motivo, desapareceram. Pode ser que, ao torná-lo seguro, a demanda de clientes tenha diminuído. "Empresas que estão nesse barco precisam pivotar, isto é, mudar algo em seu modelo de negócio, como restaurantes e academias. E há aqueles em barcos que estão realmente afundando, em que não há muito o que fazer para que o distanciamento social aconteça, como espaços de conferências, jogos de futebol e shows", descreveu Patel. "Covid é sobre o essencial. Você tem alguma proposta essencial para o seu mercado? E pode torná-la segura para seus consumidores? A pergunta para os CEOs é: você sabe em que barco está? E o que você fez para ajudar a economia, o mundo, para manter empregos durante a pandemia? Vocês são líderes e têm um papel", lembrou o CEO global da IXL Center.

Painel
Conduzido pelo diretor de Redação de AMANHÃ, Eugênio Esber, um dos painéis teve participações de gestores da Apetit, Cavaletti, Dell, Docol e Empresas Randon. Cada empresa conduz a inovação de maneiras diferentes, mas as medidas são tomadas tendo em vista o mesmo objetivo final: as pessoas. Para todos os porta-vozes, o foco das ações que buscam desenvolver processos de inovação deve ser, cada vez mais, voltado para os funcionários, sem esquecer, é claro, dos clientes e fornecedores.

Na Docol, o desafio em inovar também está ancorado na tendência de "uberização" do mercado, isto é, de os consumidores não serem proprietários de bens específicos, contratando, em vez disso, os serviços. O gerente de inovação da companhia catarinense, Fernando Pruner, garante que a Docol está sempre atenta às oportunidades de mercado. "Acredito que esse é um caminho inevitável, essa rota existe. A questão é talvez como ela será pavimentada. Se eu vou alugar um produto da Docol, seja uma torneira, seja uma louça sanitária, ou se o modelo de negócio vai ser através de empreendimento como um todo", avaliou Pruner.

Já para a Randon, poderia ser visto como um desafio a tarefa de transformar uma empresa tão tradicional em um negócio de alma leve e criativa. Mas, segundo o Chief Transformation Officer Daniel Ely, o sentido de inovação sempre esteve presente na companhia."Não tenho dúvida que tanto a Randon como muitas empresas centenárias tiveram a ousadia, o empreendedorismo e toda essa capacidade de inovar sempre presente no seu dia a dia e na sua história. O que estamos ressignificando é a forma como exercemos essa inovação. Uma empresa não consegue mais inovar sozinha, pois tem de trabalhar com uma inovação aberta, algo novo para nós, com mais colaboração, participação, conexão com startups", detalhou Ely.

Segundo a diretora de desenvolvimento da Apetit Serviços de Alimentação, Pamela Manfrin, estratégias como a ultraespecialização já não bastam mais para garantir o bom desempenho das empresas. "É um conceito que faz parte de um processo totalmente cíclico e adaptável à demanda do momento. Não dá para falar que a especialização é um dos fatores determinantes, pois o mercado se transforma de uma maneira que não podemos dimensionar no tempo. O que era conhecimento motor ontem, hoje já se transformou. Precisamos buscar profissionais que tenham a capacidade de se reinventar e aprender continuamente, e oferecer estruturas para que esses colaboradores possam se reinventar a cada momento", defendeu a diretora da empresa sediada em Londrina, no Paraná.

Na Dell, as transformações digitais são divididas em quatro pilares: a tecnologia propriamente dita, que chamam de IT Transformation (transformação da infraestrutura para suportar a modernização); a transformação de aplicações de modo que possam operar em qualquer lugar com os conceitos de mobilidade e machine learning; a transformação da segurança, cada vez mais no contexto da LGPD e cybersecurity; e a transformação da força de trabalho, já que, independente do processo, ele será liderado pelas pessoas. "A pandemia acabou agindo como um acelerador do projeto digital. Aquelas que já estavam mais avançadas tiveram talvez mais facilidade. As mais preliminares tiveram maior dificuldade, pois tiveram de contar com mais parceiros. A transformação digital quebrou paradigmas processuais, fazendo com que todos se adaptassem ao modelo. É uma transformação que veio para ficar", assegurou Roberto Petry, director of IT infrastructure da Dell.

Apesar de atuar em ambientes considerados "frios", como escritórios corporativos, a Cavaletti sempre se reinventou nesse sentido, dedicada a transformá-los em locais aconchegantes. Com o home office, isso se intensifica ainda mais. "Uma característica fundamental da Cavaletti é o poder de se adaptar ao longo de sua trajetória, dentre todas as mudanças e processos da história da empresa. Atualmente, o escritório está voltando para as suas origens. Há uns 20 anos, a empresa começou a desenvolver produtos para acabar com esse estigma de um escritório frio. Acreditamos em um modelo híbrido onde software e hardware serão apenas instrumentos, pois as pessoas são as verdadeiras impulsionadoras da produtividade", sintetizou.

Inovação por princípio
Gustavo Zevallos, diretor da área de consultoria do IXL Center no Brasil, conduziu o segundo painel do evento com a Whirlpool, dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, comercializadas no Brasil. Jacqueline Lopes, gerente sênior de relações institucionais da companhia, contou que a grife conhecida pelas geladeiras está em um movimento para melhorias de processos internos de inovação – e não apenas dos já conhecidíssimos produtos que fabrica. "Desde o ano passado estamos estimulando ainda mais parcerias. Exemplo disso é que temos contato com mais de 70 startups que são desafiadas, juntamente conosco, a encontrar respostas para diversas áreas da empresa", destacou.

A Whirlpool também mantém um grupo de 100 pessoas que trabalham de maneira conjunta para encaminhar soluções de maneira mais rápida. "A multidisciplinariedade faz com que conheçamos as melhores práticas, de modo que possamos adaptar aquilo que estamos fazendo às possibilidades exigidas pelo mercado", disse, dando conta que a Internet das Coisas já é uma realidade para alguns produtos, como uma cervejeira comercializada pela empresa.

Com mais de 20% do faturamento anual vindo de lançamentos com algum grau de inovação, a companhia que tem unidade em Joinville (SC) aposta em dois princípios para ter excelência no campo da Pesquisa & Desenvolvimento. A primeira é a busca da melhora contínua colocando o consumidor no centro das estratégias. A outra está dentro dos muros da empresa. "Os funcionários devem perceber que eles são importantes para o processo de inovação e pela consequente alavancagem na busca dos resultados", ensinou.

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Comentários: 1

Rhem em Quarta, 11 Novembro 2020 15:06

Uma reportagem bastante interessante!

Uma reportagem bastante interessante!
Visitante
Sexta, 22 Novembro 2024

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