O mercado continua usando mapas antigos para caminhos novos
A criatividade vai muito além de chamar atenção e envolver a audiência. Ela é um dos pilares essenciais de qualquer trajetória de sucesso no universo das marcas. Mas o que é a criatividade e como as entregas de hoje devem estar alinhadas às expectativas por resultados? Essas reflexões fizeram parte da quarta edição do XTalk, evento on-line realizado pela BriviaDez na terça-feira (18). O encontro teve a participação de Gustavo Reis, gerente de marketing da Tecnisa, e Giovanni Sartori, head of marketing communications da La Moda. A mediação foi de Roberto Ribas, chief strategy officer (CSO) da BriviaDez.
Para Reis, o mundo atravessa um momento particular desde antes da pandemia, com a transformação digital de diversos segmentos. O gerente de marketing da Tecnisa destacou dois aspectos latentes. "Primeiro, a parte criativa: você precisa ser relevante, ter comunicação forte e empática, gerando importância na lembrança do consumidor", pontuou. O segundo é a sucessão de crises no país, que exige a necessidade permanente de resultado. "Como você equilibra isso mantendo o lado criativo? Esse é o grande desafio que temos hoje", descreveu.
Foi-se o tempo que a criatividade era "aquela salinha de malucos, que se vestiam estranho", salientou Sartori. Para o head da La Moda, grupo com mais de 30 anos de atuação no mercado fashion no país, ela é o fio condutor para que as transformações aconteçam, gerando novas atitudes pela mudança de mindsets. "Como criativo, tenho hoje de virar um grande homem de negócios, usando métricas e resolvendo problemas que nunca pensei que fosse ter", revelou.
Ambos abordaram as mudanças trazidas pela pandemia, que desencadeou em uma nova relação do consumidor com as marcas, como a compra on-line de imóveis. "Hoje a casa é a protagonista. E há formas criativas que você utiliza para encantar o cliente e passar a segurança para que ele adquira o imóvel sem visitar um decorado", exemplificou Gustavo. Na La Moda, em 30 dias, a empresa teve de montar um showroom virtual para fazer a venda pela internet da coleção primavera-verão. "Tivemos de desenvolver um sistema envolvendo o e-commerce e tudo aquilo que seduz o lojista. Conseguimos vender 100% da coleção", contou Giovanni.
Outro aspecto da criatividade é a atitude de questionar e mudar o que está posto. Esse é um desafio particular para muitos negócios, como explicou Reis. "O mercado continua usando mapas antigos para caminhos novos. São raras as empresas que rebatem o status quo e se permitem testar. E, para isso, você precisa de bons profissionais", defendeu. Mas não basta apenas unir pessoas para tornar a empresa mais criativa. É necessário mergulhar na ideia. "Você tem de viver aquele ambiente para tornar um produto que pode ser entregue e criar uma narrativa. Criativos hoje fazem negócio, ocupam posições que não são apenas atreladas a essa área", enfatizou Sartori.
O desenvolvimento dessas ideias exige, também, metodologias que trazem outras perspectivas, como ciência de dados e capacidade analítica. "A aplicação dessas ferramentas auxilia a amplificar os repertórios e permite o questionamento permanente do negócio", ponderou Ribas. Para o CSO da BriviaDez, o grande desafio para as empresas é dar o passo de "se reinventar, mobilizar seus times e se tornar ambientes próprios para a criatividade".
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