Um grande alento para a Usaçúcar
O setor sucroalcooleiro se prepara para moer uma das maiores colheitas dos últimos
anos. Pelas projeções da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o país deve processar 590 milhões de toneladas de cana na safra 2015/2016, semelhante ao registrado em 2013/14, maior safra da década até aqui. As perspectivas são positivas
– mas seus efeitos, nem tanto. A fartura dos canaviais aumentará a oferta dos derivados, como açúcar e etanol, e fará seus preços caírem. Essa retração pode intensificar a crise num setor que convive com margens baixas há bastante tempo. Desde 2008, o Brasil perdeu 67 fábricas na região Centro-Sul, onde se concentra a maior parte da produção. A estimativa da Unica é de que outras dez unidades fechem até 2016.
Há, no entanto, uma esperança: o câmbio. No Sul, por exemplo, a maior empresa do setor, a paranaense Usaçúcar (foto), encerrou 2014 com uma receita líquida de R$ 2 bilhões – o que representa um crescimento de 5,6% em relação ao ano anterior. Já o lucro líquido da companhia foi de R$ 112 milhões no período. O desempenho foi auxiliado pelas exportações. Com a melhoria do câmbio, a empresa comemorou embarques de US$ 574 milhões no ano passado.
Atualmente, a Usaçúcar possui 12 usinas no Paraná e uma em Eldorado, no Mato Grosso do Sul. A distribuição dessa rede fabril confere um importante diferencial competitivo à empresa. “A região é servida por ferrovias. Isso melhora o rendimentoperante os competidores”, explica Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
Para este ano, a projeção é de que a safra do Paraná chegue a 43 milhões de toneladas processadas, semelhante à do ano passado. “Para dar conta, algumas empresas vão passar o Natal e o Ano Novo trabalhando”, explica Rodrigues. E, embora o foco paranaense esteja no açúcar, o alento pode vir das bombas de combustível. A tendência é de que as empresas reservem uma maior fatia da safra para a produção do etanol, estimuladas pela diminuição das alíquotas no mercado doméstico. “As vendas de etanol estão 50% superiores às do ano passado”, informa Rodrigues. É mais um alento para a Usaçúcar.
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