Governo do RS passa o controle da Sulgás para a Compass
O governo do Estado transferiu, na segunda-feira (3), o controle da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) para a Compass Gás & Energia. O evento contou com a presença do governador Eduardo Leite, do presidente da Sulgás, Carlos Colón, e do CEO da Compass, Nelson Roseira Gomes Neto, além de outras autoridades. A empresa, pertencente ao Grupo Cosan, venceu o leilão de privatização realizado em outubro do ano passado, na sede da B3, em São Paulo, com uma oferta de R$ 92737 milhões.
A Sulgás iniciou a comercialização de gás natural em 2000, com a conclusão do gasoduto Bolívia-Brasil, e desde sua criação, em 1993, atua como uma sociedade de economia mista. A Compass arrematou 51% do capital social da companhia, que pertencia ao governo gaúcho. Os 49% restantes pertencem à Petrobras Gás S/A (Gaspetro).
Atualmente, a empresa conta com uma rede de distribuição de aproximadamente 1,4 mil quilômetros, atendendo mais de 68 mil clientes em 42 municípios, com uma média de 2 milhões de metros cúbicos de gás natural distribuídos por dia. A empresa opera os serviços de gás canalizado em modelo de concessão, com vigência até agosto de 2044. O plano de investimentos para a companhia é de cerca de R$ 300 milhões nos próximos cinco anos, com possibilidade de ampliação a partir de novas soluções para o suprimento de gás.
O CEO da Compass Gás e Energia, Nelson Roseira Gomes Neto, ressaltou que o mercado brasileiro de gás natural passa por um momento de transformação e que a privatização da Sulgás marca esse processo, sendo a primeira em cerca de 20 anos no setor. Destacou ainda que o grupo não busca uma ruptura com o trabalho que vinha sendo executado no estado, mas sim a soma de experiências. "O gás natural promove o desenvolvimento das cidades, e a experiência que adquirimos ao longo de mais de dez anos de gestão na distribuição desse energético, unida ao belo trabalho que vem sendo conduzido pela Sulgás, vai beneficiar a população e a economia do Rio Grande do Sul", explicou. Ele também afirmou que o atual presidente da Sulgás, Carlos Colón, seguirá no posto. A decisão deve ser referendada nesta terça-feira (4) em uma reunião do conselho de administração da Compass.
O grupo é responsável pela gestão da Comgás, de São Paulo, a maior distribuidora de gás encanado do país. Além da distribuição, a atuação da nova empresa está focada em outro três segmentos: infraestrutura e originação de gás natural, aumentando o acesso à oferta de gás do pré-sal e conectando a Baixada Santista e o Estado de São Paulo ao mercado global de gás; comercialização de gás; e geração térmica a gás, transformando gás em eletricidade e trazendo segurança ao sistema elétrico.
Banrisul
Ao ser perguntado sobre uma possível privatização do Banrisul, Leite declarou que é favorável que isso aconteça, porém, essa discussão deverá ser feita nas próximas eleições. O governador recordou que a atual administração pública do Rio Grande do Sul tinha de vencer uma agenda de privatizações envolvendo serviços concedidos, como energia elétrica, gás e saneamento e não haveria tempo nem mesmo capital político para levar adiante a iniciativa. "Na minha opinião, esse tema deve ser debatido no próximo processo eleitoral, de modo que um governo possa à frente encaminhar. Vivemos uma mudança de cenário no sistema financeiro atual que enseja essa discussão, pois o Estado deve refletir se vale a pena manter um banco de varejo, ainda que dê lucro, em um cenário onde as novas tecnologias imperam e fintechs como o Nubank, por exemplo, criado há menos de uma década, têm um valor de mercado muito maior que as empresas tradicionais", detalhou.
A Sulgás é a 205ª maior empresa da região e também a 82ª maior do Rio Grande do Sul, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. Leia o anuário completo clicando aqui, mediante pequeno cadastro.
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