Vinho acumula inflação de 4% no semestre

Porto Alegre segue como a capital onde a bebida mais sofre reajuste no ano
Até junho, os rótulos vendidos na capital gaúcha aumentaram exorbitantes 13,69%. No Sul, Curitiba viu o valor ser elevado em apenas 0,67%

Enquanto o país vive um cenário onde a deflação (queda de preços) impera, o consumidor brasileiro que aprecia vinho tem de engolir um reajuste 40 vezes maior que a média do IPCA no primeiro semestre. A bebida de Baco acumula alta de 4% e, no território nacional, a inflação oficial não passou de 0,1% entre janeiro e junho, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e compilados pelo Blog Cepas & Cifras (veja todos os índices nas tabelas ao final deste post). Serve de consolo que o vinho servido em restaurantes deflacionou no mesmo período (-1,8%), como também no mês passado: retração de 1,1% (lembrando que, pela metodologia empregada, esse item é pesquisado apenas na cidade do Rio de Janeiro).

O grupo com maior impacto do resultado do IPCA de junho foi justamente Alimentação e Bebidas (+0,38), que aumentou em relação ao resultado de maio (+0,24%). Porém, esse conjunto de itens já vinha de uma sequência de alta, que está em parte ligada à demanda elevada durante a pandemia. "As medidas de isolamento social, que fizeram as pessoas cozinharem mais em casa, ainda estão em vigor em boa parte do país. Isso gera um efeito de demanda e mantém os preços em patamar mais elevado", explica Pedro Kislanov, gerente da pesquisa. Não sem razão que o vinho se tornou a bebida preferida na quarentena.

O IBGE também revela que Porto Alegre segue como a capital onde a bebida mais sofre reajuste no ano. Até junho, os rótulos vendidos aumentaram exorbitantes 13,69%. No Sul, Curitiba, por exemplo, viu o valor ser elevado em apenas 0,67%. Uma possível explicação para a cidade gaúcha liderar esse indigesto ranking é o fato de o Rio Grande do Sul ser o principal estado produtor da bebida. Por essa razão, o índice registrado em Porto Alegre apresenta uma inflação mais próxima da realidade. Isso que muitas lojas especializadas e importadoras ainda não fizeram todos os reajustes necessários, tendo em vista a valorização do dólar.

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Quinta, 21 Novembro 2024

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