Valor da cesta básica aumenta em todas as capitais do Sul em 2024
Em 2024, o valor da cesta básica aumentou nas três capitais do Sul, que fazem parte do rol de cidades onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. O resultado mais recente da pesquisa, referente a dezembro de 2024, foi divulgado nesta quarta-feira (8). Entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, Porto Alegre registrou a menor variação de preço do país (2,24%), seguida, considerando apenas a região Sul, por Curitiba (6,41%) e Florianópolis (6,72%). As capitais de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul também tiveram, respectivamente, a segunda e terceira cestas básicas mais caras do Brasil (R$ 809,46 e R$ 783,72, respectivamente), atrás apenas de São Paulo (R$ 841,29). Em Curitiba, o custo foi de R$ 741,90.
Com base no maior valor registrado de cesta básica e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em dezembro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 7.067,68, ou 5 vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Em novembro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 6.959,31 ou 4,93 vezes o piso vigente. Em dezembro de 2023, ficou em R$ 6.439,62, ou 4,88 vezes o piso em vigor, que equivalia a R$ 1.320,00.
Em dezembro de 2024, o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 109 horas e 23 minutos. Em novembro, a jornada necessária foi calculada em 107 horas e 58 minutos. Em dezembro de 2023, a média era de 109 horas e 03 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, nota-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em dezembro de 2024, 53,75% do rendimento para adquirir os mesmos produtos que, em novembro, demandaram 53,05%. Em dezembro de 2023, a média era de 53,59%. Na região Sul, Florianópolis apresentou a maior jornada necessária para adquirir os produtos da cesta básica, com 126h07m e comprometimento de 62% do salário mínimo líquido; Porto Alegre vem logo atrás, com 122h07m e comprometimento de 60%; e Curitiba fica em terceiro, com 115h35m e 56,8% do salário mínimo comprometido para essa finalidade.
Confira, abaixo, a tabela completa com os resultados por capital.
Comportamento dos preços dos produtos da cesta em 2024
Em 12 meses, a tendência para todos os produtos da cesta básica foi de elevação de preços, consequência da instabilidade climática, da demanda externa e do real desvalorizado em relação ao dólar. Seis itens apresentaram alta nos preços em todas as capitais: carne bovina de primeira, leite integral, arroz agulhinha, café em pó, banana e óleo de soja. O pão francês e a manteiga encareceram na maior parte das localidades pesquisadas. O valor médio do açúcar - cristal e refinado - subiu em nove capitais e diminuiu em sete. Entre dezembro de 2023 e o mesmo mês de 2024, batata, feijão, farinha de mandioca, trigo e tomate foram os itens que, com mais frequência, apresentaram redução de preço médio nas capitais analisadas.
Na região Sul, entre os produtos com maior alta, a carne bovina de primeira se destacou em Florianópolis, com um aumento de 25,7%. Em Porto Alegre, o preço do mesmo corte subiu 8% apenas entre novembro e dezembro de 2024. As enchentes no Rio Grande do Sul impactaram diretamente o mercado de arroz agulhinha, dificultando o escoamento da produção e influenciando no aumento dos preços em todas as capitais pesquisadas. Já o feijão preto registrou comportamento distinto nas cidades: enquanto Florianópolis e Curitiba tiveram altas de 3,6% e 2%, respectivamente, Porto Alegre apresentou queda de 1,7%. Entre os derivados, a manteiga teve elevação significativa em Curitiba, com aumento de 11,8%. Em contrapartida, alguns alimentos apresentaram quedas acentuadas. O preço da batata caiu 20,3% em Florianópolis, enquanto o tomate teve recuo ainda mais expressivo, de 49,7%, na mesma capital. Em Porto Alegre, a farinha de trigo também registrou redução, com queda de 7% no período analisado.
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