O ano de 2022 marcará superação de década perdida para o varejo
Com o avanço da vacinação e o cenário lentamente retomando à normalidade, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FDCL-RS) divulgou, na quarta-feira (15), suas previsões para o setor do varejo no ano de 2022. A apresentação foi conduzida por Gustavo Inácio de Moraes, coordenador do curso de economia da Escola de Negócios da PUCRS.
Apesar de desafios como baixo crescimento econômico, inflação pressionada e próxima ao teto da meta ao final do ano, juros em elevação, inadimplência possivelmente maior, cenário político e evolução consequente do câmbio, Moraes ressalta, também, algumas oportunidades para o setor – o crescimento acima da média nacional do comércio gaúcho, a geração de empregos e a multiplicação dos canais de comercialização.
O comércio gaúcho contou com índices positivos ao longo de 2021. Até outubro, havia criado 26.332 vagas líquidas; de um total de 626.466 empregos, houve crescimento de 4,2% no ano; e o comércio representa, atualmente, 24% dos trabalhadores gaúchos registrados. No Brasil, a porcentagem é de 23,4%, segundo o Caged.
Moraes ressalta, também, a recuperação que 2022 representará para o setor. Na verdade, o crescimento permitirá apenas que o varejo retorne ao nível de 2014. Desde então, a recessão e dificuldades na economia pelas quais o país passou derrubaram os índices. "O ano de 2022 é importante porque vai marcar, para o varejo, uma superação da década perdida", resume o professor. Em relação ao varejo ampliado, a expectativa é que os índices retornem aos níveis de 2012, tendo em mente que o aumento de juros dificultará os financiamentos para os segmentos de bens duráveis e de materiais de construção.
Em termos de projeções, Moraes estima que o crescimento econômico do país chegue em torno de 1,2% em 2022, com possível aceleração no segundo semestre e a Selic média alcançando 11,5%. O Rio Grande do Sul alcançará crescimento acima da média nacional, em torno de 1,8%, centrado na recuperação fiscal e agenda de investimentos privados. A liderança ficará a cargo dos setores exportadores e de serviços, com o comércio gerando empregos e oportunidades.
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