Presente? Presente!

Às vésperas da Páscoa deste ano, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato dos Lojistas do Comércio (Sindilojas) de Porto Alegre divulgaram pesquisa que traçava o perfil das pessoas que presenteiam em datas comemorativas. Eram quatro: aquel...
Presente? Presente!

Às vésperas da Páscoa deste ano, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato dos Lojistas do Comércio (Sindilojas) de Porto Alegre divulgaram pesquisa que traçava o perfil das pessoas que presenteiam em datas comemorativas. Eram quatro: aquele que prioriza a praticidade (da própria compra, e não a do presenteado); o planejador (que leva um bom tempo até decidir); o afetivo; e o projetivo (o que compra o que gostaria de ganhar). Com esses dados em mente e às vésperas do 12 de junho, o momento é propício para falar um pouquinho sobre esse ato tão presente (desculpe o trocadilho) em nossas rotinas familiares e corporativas.

 Presentes nunca são iguais a produtos comuns, pois marcam a ligação existente entre dois indivíduos, por mais tênue que seja. Querendo ou não, representam mais do que um simples objeto. Presentear ajuda a manter ou estabelecer relações pessoais; é um reflexo delas tanto quanto uma maneira de moldá-las, pois aquilo que se compra e o montante que se gasta podem tanto indicar a quantas anda a relação quanto sugerir que caminho se quer que ela tome a partir daquele momento. São uma forma direta e sintética de expressar sentimentos e desejos, em resumo.

 Presentes são mais que objetos também porque podem simbolizar três coisas: o presenteador; a ideia que o presenteador tem do presenteado; ou uma convenção social. Tal simbologia fica bastante esvaziada quando troca-se a compra de um objeto pelo ato de presentear com dinheiro ou vale-compras, dois tabus clássicos. Ambos podem tanto refletir a falta de criatividade de quem dá quanto a pouca intimidade existente entre os envolvidos na relação. 

 Embora qualquer um dos dois contrarie a etiqueta, pois há uma revelação obrigatória de quanto vale o presente – e, por tabela, a relação –, há quem prefira recebê-los. É mais prático, claro – pior é ter de trocar aquilo de que não se gostou, ou, outro tabu, passar adiante. No caso dos vales, mais especificamente, trata-se também de um bom negócio para as lojas: boa parte deles acaba esquecido em uma gaveta, garantindo uma receita praticamente isenta de custos para elas. Nos Estados Unidos existem até sites especializados em troca de vales entre presenteados pouco satisfeitos com o que ganharam. Neles, um leitor de bula de remédio, por exemplo, pode trocar o vale-livro por um vale-roupa de um magazine. Sinal de que mesmo um mau presente pode se transformar em algo bom.

 E quando o presenteador e o presenteado são um só, ao mesmo tempo? O autopresente é o tema do próximo post.

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Quarta, 11 Dezembro 2024

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