A invejável habilidade para dizer “não”
Há alguns anos tive o privilégio de conviver com um colega que tinha uma habilidade invejável de dizer “não” ao ser acionado para executar tarefas que extrapolavam a sua rotina. Mas a atitude dele sempre foi consistente e ainda trazia um universo de alternativas para solucionar a demanda. “Bernt, podemos fazer desta forma, contudo tenho esta, mais esta e também aquela atividade. O que você prefere que eu deixe para depois?”, questionava. Ele tinha a habilidade em devolver o pedido – ou deixar o gestor indicar a melhor alternativa a seguir. Desta forma, mantinha a qualidade do seu trabalho e não se sobrecarregava.
Exemplos como esses, infelizmente, ainda são raros. Vivemos em um país em que o “não” é antipático. O medo de ser taxado de chato faz com que as pessoas se prestem a exercer tarefas que detestam. Geralmente quem aceita tudo é visto como alguém temeroso de não ser aceito, por isso faz tudo para agradar, ainda que tenha de se esquecer de si mesmo. Porém, se aprender a negar é algo difícil, saber receber uma negativa também é. Levar para o lado pessoal é um sinal de imaturidade. Por isso, o exercício passa por “saber dizer” e “saber receber” uma negativa.
É primordial que essa atitude esteja em linha com os valores de cada um. Desse modo, ao negar uma tarefa, a consciência seguirá limpa. Outro passo importante é fundamentar o “não”. No trabalho, é preciso saber negociar com chefias, colegas e clientes. Tendo esse amparo, o profissional será mais respeitado e, de quebra, passará a ser conhecido pelo modo assertivo de lidar com as coisas. E ao receber uma posição contrária, é necessário aprender a aceitar a situação sem dar margens para julgamentos prévios. É bom deixar de lado os sentimentos que estão no DNA brasileiro. Enfim, é preciso aprender a dizer e a receber um “não” para que o “sim” tenha mais valor!
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