Intenção de consumo das famílias mostra tendência de alta
Após registrar queda no último mês, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) voltou a subir em março. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o indicador alcançou 73,8 pontos, com crescimento mensal de 0,6%, após ajuste sazonal. Apesar da recuperação, trata-se do pior mês de março da série histórica. Em relação a março de 2020, houve retração de 26,1%, a décima segunda nesta base comparativa. O índice permaneceu ainda abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o que acontece desde abril de 2015 (102,9 pontos). O levantamento revela maior confiança das famílias na recuperação econômica, mas essa avaliação está amparada em uma percepção de melhora no mercado de trabalho.
A maior parte dos entrevistados (32,7%) respondeu que se sente tão segura com seu emprego atual quanto no ano passado, uma proporção mais alta do que no mês anterior (32%) e maior do que em março de 2020 (26,7%). O índice atingiu o patamar de 90 pontos, o maior desde maio de 2020 (101,7 pontos) e o mais alto indicador deste mês. Pela primeira vez desde dezembro de 2020, a parcela dos que se sentem "menos seguros" com o emprego não representa a maioria. O subíndice que avalia a renda atual mostra que a maioria das famílias considera sua renda pior do que no ano passado, um percentual de 40,3%. Contudo, o item voltou a crescer (+0,4%), após dois meses consecutivos de queda, alcançando 79,3 pontos. Na comparação anual, houve retração de 31,5%.
No subíndice que avalia perspectiva de consumo, a maior parte das famílias (54,5%) acredita que vai consumir menos nos próximos três meses, atingindo 68,5 pontos, seu maior nível desde maio de 2020 (75,6 pontos). O percentual mostrou leve recuperação, ficando abaixo dos 54,9% no mês anterior, mas acima dos 35% observados em março de 2020. Com relação ao item que avalia perspectiva profissional, houve variação positiva de 0,9% em março de 2021, após queda no mês anterior, atingindo 89,8 pontos. A comparação com igual mês do ano anterior, no entanto, foi negativa (-18%).
"Observamos que, além dos índices relativos à melhora no mercado de trabalho, há percepção de crescimento da intenção de consumo das famílias ou, ao menos, uma tendência menos conservadora de gastos captada neste mês. A continuação da recuperação da expectativa de consumir em março demonstra que, mesmo com o recuo nas perspectivas em relação ao consumo hoje, o brasileiro permanece confiante no seu poder de compra no prazo mais longo", explica Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC responsável pelo estudo.
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