Federasul prevê 2022 com otimismo moderado
Com um otimismo mais moderado para 2022, a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul) apresentou nesta quinta-feira (16) seu balanço anual à imprensa e mostrou como vê os cenários do ano que vem. PIB brasileiro em 1,1% e do Rio Grande do Sul em 2%. No cenário econômico, o próximo ano vai oscilar mais por causa das eleições, com alterações bruscas evidenciadas pelas pesquisas eleitorais e pela elevada incerteza quanto às decisões e expectativas para o Brasil.
No fechamento de 2021, a inflação brasileira deve chegar aos 10,2% e o PIB em 4,81%. No Rio Grande do Sul, o PIB deverá fechar em 7,66%. Os cenários foram detalhados pelo vice-presidente e coordenador da divisão econômica da Federasul, Fernando Marchet. Para ele, há uma baixa probabilidade de que as reformas estruturantes (tributária e administrativa), essenciais para sustentar o crescimento, avancem em 2022.
O presidente da Federasul, Anderson Trautman Cardoso, falou sobre o ano difícil na pandemia e lembrou que as instabilidades internacionais atuam sobre a economia brasileira destacando a alta da inflação mundial. Ele falou também sobre o cenário político de indefinições que dificultam o avanço econômico. Na visão dele, a pandemia também já foi equalizada. "Ainda temos algumas variantes, mas creio que não voltaremos a fechar o comércio, por exemplo", declarou.
No cenário fiscal, Marchet enfatizou as dificuldades encontradas pelo governo. Para ele, o cumprimento do teto de gastos está afetado pelas pressões dos programas sociais (Auxílio Brasil), pelo aumento do custo da dívida e pelos maiores gastos com precatórios. Estes fatores, disse Marchet "elevam o risco de que o Brasil perca o controle fiscal".
A projeção da Federasul na taxa de juros é de alta moderada, informou Marchet. Ele projeta que a Selic deve fechar este ano em 9,25% e no ano que vem 11,5%. Na taxa de câmbio, a previsão é de que se mantenha no mesmo patamar de 2021, em R$ 5,50. Marchet também prevê que 2022 será um ano de muita volatilidade, tudo em função das eleições. O dólar, segundo ele, deve ser o principal alvo dessa instabilidade. A inflação, por sua vez, deve alcançar um índice de 4,9% – metade do IPCA atual.
Com relação ao emprego, a previsão feita pela entidade é de relativa recuperação para o ano que vem, como está acontecendo nesse ano. "O emprego formal deve superar o informal", disse Marchet ressaltando que o setor de serviços, no Rio Grande do Sul, foi mais impactado e que continuará com alguma dificuldade no próximo ano.
A economia brasileira pode crescer com alguns condicionantes, disse Marchet. Entre eles as privatizações, as concessões, as reformas estruturais, o clima de segurança jurídica e a abertura econômica. Ele se referiu também às limitações para o crescimento citando os gargalos na infraestrutura, o período eleitoral, a taxa de juros e a inflação internacional, além da escassez e falta de mão de obra qualificada.
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