Fecomércio-RS projeta crescimento morno em 2026
A análise é da Fecomércio-RS, que abriu nesta quinta-feira (4) as tradicionais coletivas de imprensa de final de ano, em que apresenta um balanço do ano e perspectivas para 2026. O presidente do sistema Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, abriu o evento destacando a cautela necessária para 2026 e defendendo a importância do equilíbrio fiscal. "Precisamos retomar a ideia de disciplina fiscal de modo urgente. Estamos trilhando um caminho perigoso que pode nos levar para uma crise grave logo à frente", declarou. Durante o encontro, foi feito o lançamento do Observatório do Comércio, novo produto do Ifep. A plataforma apresenta informações detalhadas para empresários e gestores públicos compreenderem a conjuntura do setor. O comercio de bens, serviços e turismo representa o maior segmento da economia gaúcha.
Um ano marcado pela desaceleração
O ano de 2025 começou com crescimento econômico aquecido, mas perdeu tração ao longo do ano. No primeiro trimestre, o PIB teve um crescimento de 1,3%, que caiu para 0,4% no segundo. A segunda metade do ano foi marcada por uma possível recessão, indicada pelo pela retração do PIB no terceiro trimestre (-0,9%). Na análise do professor e pesquisador Marcelo Portugal, um dos destaques foi a manutenção da taxa Selic, com juros reais acima do esperado. A taxa Selic em um patamar elevado, decisão do Banco Central com foco em controle da inflação e recuperação da credibilidade. Apesar da perda de dinamismo, a inflação apresentou comportamento mais suave ao longo do ano, o que pode ser explicado pelo nível elevado dos juros reais e pela desvalorização internacional do dólar. "No Brasil, esse movimento ajudou a valorizar o real e a segurar os preços internos", comentou Portugal. O câmbio ficou em torno de R$ 5,40, influenciado especialmente a mudanças tarifárias promovidas pelo governo dos Estados Unidos.
Expectativas moderadas para 2026
Com uma projeção de inflação de 3,9% e lenta na queda dos juros a partir do primeiro trimestre, o PIB brasileiro deve crescer 1,7%. Desde 2022, o PIB vinha crescendo moderadamente, movimento que deve ser interrompido. Já o PIB gaúcho, puxado pela recuperação lenta após eventos climáticos e pela agropecuária, tem projeção de crescimento de de 2,7%, apesar das incertezas climáticas e divergências entre as estimativas de safra. Contudo, Portugal alerta que o ano eleitoral pode influenciar esse cenário. "Nosso modelo assume estabilidade da política econômica. Uma expansão fiscal mais forte pode antecipar tensões que hoje projetamos para 2027", explica. Além disso, a imprevisibilidade climática, apontada por divergências entre as estimativas de safra, também inviabilizam desenhar um cenário mais preciso para a economia.
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