Poupança tem retirada líquida recorde de R$ 11,7 bilhões em maio

Em 2023, saques superam depósitos em R$ 69,2 bilhões
Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano, o que fez a poupança deixar de perder para a inflação pela primeira vez desde meados de 2020

A aplicação financeira mais tradicional dos brasileiros continua a registrar retiradas recordes de recursos. Em maio, os brasileiros sacaram R$ 11,7 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança, informou o Banco Central (BC). Essa é a maior retirada líquida (saques menos depósitos) para meses de maio desde o início da série histórica, em 1995. O desempenho contrasta com maio do ano passado, quanto os correntistas tinham depositado R$ 3,5 bilhões a mais do que tinham sacado. Com o desempenho de maio, a poupança acumula retirada líquida de R$ 69,2 bilhões no acumulado do ano. A aplicação registra a maior retirada acumulada para o período desde 1995. Nos cinco primeiros meses do ano passado, os saques superavam os depósitos em R$ 46,7 bilhões.

Em 2022, a caderneta registrou fuga líquida (mais saques que depósitos) recorde de R$ 103,2 bilhões, num cenário de inflação e endividamento altos. Os rendimentos voltaram a ganhar da inflação por causa dos aumentos da taxa Selic (juros básicos da economia), mas outras aplicações de renda fixa continuam mais atraentes que a poupança. Em 2020, a poupança tinha registrado captação líquida (depósitos menos saques) recorde de R$ 166,3 bilhões. Contribuiu para o resultado a instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de Covid-19 e o pagamento do auxílio emergencial, que foi depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal. Em 2021, a poupança teve retirada líquida de R$ 35,5 bilhões. A aplicação foi pressionada pelo fim do auxílio emergencial, pelos rendimentos baixos e pelo endividamento maior dos brasileiros.

Rendimento
Até recentemente, a poupança rendia 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia). Desde dezembro do ano passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, pois a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano, o que fez a aplicação financeira deixar de perder para a inflação pela primeira vez desde meados de 2020. Nos 12 meses terminados em maio, a aplicação rendeu 8,38%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 4,07%.

Com Agência Brasi

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Terça, 03 Dezembro 2024

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