Ações ON ou PN: qual escolher?
Existem dois tipos de ações que todo investidor pode escolher para aplicar seu dinheiro: ações ordinárias ou preferenciais. A principal diferença entre as duas é a liquidez e o acesso a direitos como a preferência no pagamento de dividendos. A melhor opção, conforme analistas, é escolher aquilo que combina mais com seus objetivos financeiros. Montar um portfólio de investimentos requer ajustar suas metas de vida com os recursos disponíveis evitando frustrações. Confira, a seguir, as principais diferenças entre esses tipos de ações e veja qual condiz mais com seu portfólio.
Ações ON
Conhecida pelo código 3 no final do ticker [código usado na bolsa de valores para identificar e negociar um determinado ativo], as ações ordinárias (ON) trazem diferenciais ao investidor, como o direito a voto na assembleia na proporção de um voto por ação, o que pode influenciar no rumo da companhia. Existe ainda o direito de tag along, segundo João Crapina, analista da Suno Research. "Em caso de troca de controle da empresa, o acionista minoritário que possui ações ordinárias tem o direito de receber, no mínimo, 80% do valor total pago ao controlador, proporcionalmente às suas ações. Esse direito é conhecido como tag along. Contudo, em caso de falência da empresa, o acionista de ações ordinárias é o último a ser pago na liquidação", explica.
Ações PN
Já as preferenciais (PN) costumam ser mais escolhidas pelos investidores que buscam mais liquidez e dividendos, de acordo com o educador financeiro do Ágora Investimentos, Eduardo Reis Filho. "As preferenciais são frequentemente escolhidas pelos investidores que querem mais liquidez e aqueles que buscam dividendos. As empresas brasileiras têm mais ações preferenciais listadas em bolsa", explica. As ações PN podem ser identificadas com os códigos 4, 5 e 6 no final do ticker. Elas não dão ao acionista direito a voto em assembleia, mas trazem outras vantagens ao investidor. "[As preferenciais] garantem ao acionista prioridade na distribuição de dividendos fixos ou mínimos, assim como a preferência no reembolso de capital, com ou sem prêmio. Porém, se a companhia não distribuir resultados por três exercícios consecutivos, as ações preferenciais podem adquirir direito a voto, mantido até que os dividendos sejam pagos", detalha Crapina.
Qual escolher?
Escolher ON entre ou PN vai depender do seu objetivo financeiro. Por isso, os analistas recomendam montar uma boa estratégia de investimentos, com um portfólio consistente e com reserva de emergência. Além disso, há empresas que não têm ações PN, apenas ON. Existem ainda empresas que não têm ações ON ou PN, mas têm units, que unem as duas. "Existem ações que vão como units, representadas pelo ticker 11, que une as duas", conta Filho. "Se o investidor deseja participar ativamente na gestão da empresa e influenciar suas decisões, as ações ordinárias são a escolha certa. No entanto, para o investidor pessoa física com pouco capital, faz pouca diferença escolher entre ações ordinárias e preferenciais, já que sua participação provavelmente não será suficiente para mudar os rumos da empresa", ressalta Crapina. As ordinárias trazem mais participação nos rumos da empresa, enquanto as ações preferenciais dão ao investidor mais segurança e estabilidade ao priorizar o repasse de dividendos. Contudo, os analistas ressaltam que o investidor deve sempre ficar atento às decisões da companhia, como governança corporativa, antes de aportar recursos.
Com Redação da B3
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