Soja oscila nos mercados e abre espaço para o produto brasileiro

Lucratividade, de até 45%, é praticamente garantida
Cabe ao agricultor agora decidir se é suficiente e vender ou se vai arriscar e esperar para comercializar mais tarde na esperança de conseguir um valor maior

A soja tem subido na Bolsa de Chicago, mas os demais mercados não estão acompanhando o mesmo ritmo. Analistas de mercado de diversas consultorias avaliam que, além dos fatores já conhecidos, o mercado está preocupado com o clima nos Estados Unidos, que está com seca em muitas regiões produtoras significando dificuldade no início do plantio da nova safra de soja. No ano passado, nesta época, o plantio já estava atingindo 3% da área. Além disso, vem piorando o quadro de guerra entre Rússia e Ucrânia, fato que eleva o preço do petróleo, puxando para cima as cotações do óleo de soja, as quais voltaram a superar os 80 centavos de dólar por libra-peso nesta semana, considerando o primeiro mês cotado, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Mesmo assim, o esmagamento de soja nos Estados Unidos subiu em março, atingindo o seu mais alto nível para o terceiro mês do ano, enquanto os estoques de óleo de soja caíram para o menor patamar desde novembro, segundo dados da Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas (Abiove). As indústrias moageiras norte-americanas esmagaram 10,1% acima do registrado em fevereiro e 2,1% acima do processado em março de 2021, atingindo a um total de 4,9 milhões de toneladas no mês passado, segundo o United States Department of Agriculture (USDA).

"Neste cenário é importante, tanto produtores como a indústria beneficiadora de soja brasileira observarem os movimentos dos mercados com maior demanda", salienta Enrique Traver, CEO da Copagri, de Curitiba, que atua desde 2011 nos mercados de soja e derivados, milho e caroço de algodão. A alta lucratividade da soja, que está em torno de 45%, é garantida. Para Traver, esse detalhe fará diferença. "Os custos de produção levantados pelas entidades como Deral (PR), Farsul (RS) e pelo Imea (MT), por exemplo, devem ser confrontados com preços pagos aos produtores nos estados produtores. Pois esse é um lucro considerável em qualquer parte do mundo – com ou sem guerra. Cabe ao agricultor agora decidir se é suficiente e vender ou se vai arriscar e esperar para comercializar mais tarde na esperança de conseguir um valor maior", avalia.

O CEO da Copagri pondera ainda que, esta semana, os olhos estão para o petróleo e óleos vegetais em queda e podem espalham fraqueza à soja. "Na Indonésia, por exemplo, o bloqueio das exportações de óleo de palma afeta apenas parcialmente. Além disso, apesar das vendas à China anunciadas pelo USDA, há temores de menor demanda do gigante asiático diante das medidas de confinamento em várias cidades devido a surtos de casos de Covid", explica Traver. A Copagri processa mais de 1.200 toneladas de soja por dia, adquiridas pelas seis filiais nos estados do Paraná, Santa Catarina, Goiás, São Paulo e Mato Grosso. Produz

Quer saber mais sobre agronegócio?
Receba diariamente a newsletter do Grupo AMANHÃ. Faça seu cadastro aqui e, ainda, acesse o acervo de publicações do Grupo AMANHÃ.

Veja mais notícias sobre AgronegócioBrasilEconomia.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Terça, 03 Dezembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/