Rio Grande do Sul tem safra recorde de uva
Os 750,6 milhões de quilos de uva que ingressaram nas vinícolas gaúchas neste ano totalizam a maior safra a ser processada no Estado. O volume é 5,8% maior que o número registrado em 2011, último recorde registrado, com 709,6 milhões de quilos. Desse total, 89,6% foram de uvas americanas e híbridas e 10,4% de uvas vitis viníferas [variedade utilizada para produzir vinhos finos]. Esse ano, 418 vinícolas distribuídas em 68 cidades declararam processamento da matéria-prima, cultivada em 136 diferentes municípios. Os dados foram divulgados na tarde desta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi-RS), em coletiva no Palácio Piratini.
“Fomos surpreendidos com o volume final da safra, principalmente em virtude da quebra histórica registrada no ano passado, de 57%. Mas a situação se inverteu esse ano porque a produção de uvas é bastante sensível ao clima e, durante o ciclo vegetativo dessa safra, as condições climáticas foram muito favoráveis”, avaliou Dirceu Scottá, presidente do Ibravin. O bom tempo também colaborou para a qualidade da matéria-prima. “Apesar de não ter sido igual em todas as regiões, de uma forma geral, a sanidade estava excelente, as variedades de colheita mais tardia foram bastante favorecidas e as regiões vitícolas mais altas tiveram condições excepcionais. As vinícolas terão rótulos muito bons à disposição do consumidor”, observou o dirigente.
Além do clima propício, o setor observou que, nos últimos anos, apesar de não haver um aumento significativo da área plantada no Estado, algumas cultivares foram substituídas por outras mais produtivas, entre elas a Bordô e as desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho, como a Lorena, e a Isabel precoce. O aumento de volume mais significativo foi observado principalmente entre os pequenos produtores. Metade da safra deverá ser destinada para os vinhos tranquilos e espumantes e a outra metade para os sucos e derivados. “O volume processado em 2017 ajudará o setor a equalizar os estoques de passagem, principalmente para os vinhos de mesa e sucos 100%, que no ano passado ficaram abaixo do montante considerado ideal. A projeção é de iniciar 2018 com 281,3 milhões de litros, contra 127,7 milhões registrados em 1º de janeiro desse ano”, calcula Oscar Ló, vice-presidente do Ibravin e presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho/RS).
A comercialização de vinhos e espumantes nacionais recuou 14% no primeiro quadrimestre do ano em relação ao mesmo período de 2016. A retração desacelerou em abril, pois no primeiro trimestre a queda registrada pelo setor, em litros, era de 20%. Os rótulos brasileiros (vinhos de mesa, finos e espumantes) representam 60% do total consumido no país. A comercialização dos sucos de uva 100%, por sua vez, está 6,4% abaixo do mesmo quadrimestre de 2016.
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