Faesc prevê “crise sem precedentes” para o setor de carnes
A atuação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi criticada em razão das dificuldades criadas para a exportação de carnes. Esse foi um dos temas abordados em encontro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com uma centena de lideranças e dirigentes de entidades de defesa e representação do setor primário da economia, em Florianópolis na quinta-feira (22). A capital catarinense recebeu a primeira reunião da diretoria executiva da CNA no ano. A entidade faz encontros itinerantes em todo o Brasil reunindo lideranças regionais para debater temas ligados ao agronegócio.
De acordo com o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, as indústrias que processam e exportam carnes de frango, suínos e peixe tiveram plantas industriais desabilitadas, em dezembro, pelo Mapa e foram obrigadas a suspender os embarques. Dessa forma, essa produção passou a ser direcionada no mercado interno, provocando queda de preços finais no varejo – com prejuízos para a agroindústria e os produtores rurais. Preços de coxa e sobrecoxa de frango a R$ 2,50 e de carne bovina a R$ 8 sinalizam uma crise sem precedentes para o setor. Nesse sentido, a CNA desenvolverá um programa de promoção das negociações comerciais do Brasil no exterior, com foco na Ásia, um dos mercados mais promissores. O objetivo é facilitar as negociações, remover barreiras e reduzir as tarifas.
João Martins, presidente da CNA, recordou que o Brasil vai colher uma grande safra, mas o produtor rural não tem previsão de bons ganhos. Ele mencionou que o próprio crédito rural tornou-se pesado, pois enquanto a Selic está fixada em 6,5%, o produtor toma empréstimos a 8,5%. A situação do leite também é uma preocupação dos três Estados do Sul. O consumo está em movimento descendente e o produtor rural trabalha com prejuízos há vários meses.
O mercado de arroz, por sua vez, vive um período de excesso de oferta e queda de consumo. O valor do produto está abaixo do preço mínimo e dos custos de produção. "A única solução é a retirada do excesso de arroz do mercado brasileiro, estimulando a exportação”, sugeriu Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Nos cálculos do dirigente, pelo menos 1,2 milhão de toneladas precisarão ser exportadas para equilibrar o mercado.
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