Armazenagem para safra de milho poderá ser insuficiente

Economista Paulo Molinari prevê que a China será o grande comprador deste ano
Seminário de Líderes Rurais da Faesc discutiu mercado de grãos


Desafios e oportunidades do agronegócio foram temas do Seminário Estadual de Líderes Rurais que a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) promoveu na última semana no auditório do Hotel Intercity, em Florianópolis. O evento reuniu cerca de uma centena de dirigentes de sindicatos rurais do estado e foi coordenado pelo presidente da federação, José Zeferino Pedrozo. O economista Paulo Roberto Molinari, pós-graduado em agrobusiness e com especialização em análise técnica (CMA) e chefe na consultoria Safras & Mercado, palestrou sobre o tema "Agronegócio: cenário macroeconômico e perspectivas de mercado".

Molinari observa que a boa safra de milho que se aproxima traz problema interno: a logística. Ele aponta para a questão da armazenagem insuficiente, diante da concentração de colheita, com o produtor decidindo segurar soja. "Isso não é problema para a soja, porque a soja vai encontrar o seu lugar para ser guardada. Mas vai nos trazer um problema de logística para o milho, pois julho e agosto estão vindo com uma safrinha novamente recorde." Ele ainda acrescenta que, apesar do aumento do consumo de milho para a produção de etanol e nos setores da avicultura e suinocultura, ainda há uma sobra de 40 milhões de toneladas a 50 milhões de toneladas.

Molinari ainda prevê que a China será o grande comprador deste ano. O gigante asiático é considerado uma grande surpresa para o milho brasileiro, visto que o país em novembro de 2022 afirmou ter colhido uma safra recorde e no mês seguinte adquiriu um milhão de toneladas do cereal produzido no Brasil, além de mais um milhão de toneladas em janeiro de 2023. A China deve seguir comprando milho brasileiro no segundo semestre. O palestrante analisa que a capacidade do Brasil em produzir milho é gigante e não pode escapar da exportação, pois ela é muito relevante, assim como a presença da China do mercado brasileiro é importante para ajudar a escoar. Ele ainda estima que em dois ou três anos o país consiga superar os Estados Unidos nas exportações. "O canal das exportações deve estar sempre aberto para essas questões de logística não se agravarem, porque elas não prejudicam só o milho. Elas também complicam a vida da soja", avalia.

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Sexta, 03 Mai 2024

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