Um vento favorável para a Bianchini

A companhia gaúcha surfou na alta demanda chinesa por soja e na disparada dos preços para praticamente dobrar o seu faturamento em 2021
A Bianchini usou R$ 145 milhões do caixa para ampliar em 25% a capacidade estática de armazenamento de grãos em sua unidade situada junto ao porto de Rio Grande

A Bianchini sabe que 2021 foi um daqueles anos que, de tão favoráveis, dificilmente se repetem – e por isso mesmo tratou de tirar o máximo proveito. Os embarques de soja cresceram 20% em volume físico, robustecendo sua posição entre os maiores exportadores brasileiros de soja em grão, farelo e óleo. Em faturamento, o salto empreendido pela Bianchini foi de impressionantes 95,9%, o que colocou sua receita líquida em um patamar de quase R$ 8,6 bilhões. "A soja chegou a dobrar de preço, em dólar, no mercado internacional graças, principalmente, ao aumento de consumo na China", assinala o diretor Arlindo Bianchini. "Como a proteína é insumo para a produção chinesa de aves e suínos, a soja foi tremendamente valorizada em 2021."

Com lucro de R$ 228,3 milhões, ganho equivalente a 2,6% da receita, a Bianchini reforçou o seu patrimônio líquido, que fechou 2021 em quase R$ 1,3 bilhão e se habilitou a manter um programa de investimentos com recursos próprios. "A gente aproveitou para concluir projetos e investir por exemplo em mais silos e depósitos nas filiais comerciais do interior, onde fazemos a compra de grãos", destaca Arlindo. A Bianchini usou R$ 145 milhões do caixa para ampliar em 25% a capacidade estática de armazenamento de grãos em sua unidade situada junto ao porto de Rio Grande (foto). "Agora temos lá capacidade para um milhão e 250 mil toneladas. É uma das maiores capacidades de armazenamento do Brasil, e talvez seja a maior aqui da região", diz Arlindo.

Os resultados poderiam ter sido ainda melhores. É que a Bianchini decidiu ficar à margem do mercado de biodiesel porque os preços não tornaram interessante produzir o óleo para mistura no diesel. Com usina em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, a Bianchini não viu condições de praticar preço que cobrisse o custo adicional de frete de R$ 70 reais por tonelada de soja trazida do interior do Estado. "Nós, que já estamos com uma fábrica no porto de Rio Grande, estamos mais preparados para exportar o óleo do que para vender o biodiesel aqui no mercado interno", explica Arlindo.

A Bianchini é a 35ª maior empresa da região e também a 14ª maior do Rio Grande do Sul, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. Leia o anuário completo clicando aqui, mediante pequeno cadastro.

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Quarta, 08 Mai 2024

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