Renault prevê demissão de 800 funcionários no Paraná

Proposta inicial feita pela montadora foi recusada pelo sindicato da categoria
Vendas da Renault ficaram 47% abaixo em relação ao primeiro semestre do ano passado

O Plano de Demissão Voluntária (PDV) proposto pela Renault foi recusado pelo sindicato da categoria na semana passada. O objetivo da multinacional francesa, que tem fábrica em São José dos Pinhais (PR), é demitir 800 funcionários, de modo a readequar o quadro à demanda. A crise econômica imposta pelo coronavírus fez com que as vendas da marca no Brasil caíssem quase pela metade no primeiro semestre. A unidade emprega mais de 7 mil trabalhadores.

A Renault oferece o pagamento de 3,5 a 6 salários extras dependendo do tempo de contrato do funcionário (incluindo dois meses de benefício da MP 936), plano médico por um ano e vale-mercado até dezembro, além da primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Para os funcionários que permanecerem na fábrica a proposta de data-base é suspensão de reajustes neste ano e no próximo, com pagamento de abono de R$ 3,5 mil, entre outros itens.

Os trabalhadores consideraram que os incentivos oferecidos pela montadora não são atrativos. De acordo com uma fonte próxima da negociação entrevistada pelo Portal AMANHÃ, a proposta feita pela Renault é um pouco melhor daquela aprovada pelo sindicato para empresas da região, como a Volvo, por exemplo. Segundo esse mesmo executivo, a companhia está negociando com o sindicato desde março.

Ricardo Gondo, presidente da Renault no Brasil, enviou uma carta na quarta-feira (15) aos funcionários da montadora. Nela, o CEO reitera as dificuldades impostas ao setor automotivo pela pandemia. "No Brasil, o mercado do primeiro semestre foi 39% menor em relação ao mesmo período do ano passado, e as nossas vendas ficaram 47% abaixo em relação ao primeiro semestre de 2019. Ainda não temos clareza de quando esta crise vai acabar. As previsões indicam que o mercado brasileiro pode levar até cinco anos para se recuperar. É importante lembrar que a necessidade de melhorar a competitividade da Renault do Brasil vai muito além dos impactos gerados pela pandemia. Precisamos conquistar novos projetos para garantir o nosso futuro. Além disso, no final de maio, o Grupo Renault anunciou o projeto de redução de custos fixos em todo o mundo, e o Brasil deve dar a sua contribuição. Neste contexto, a Renault do Brasil vem buscando negociar com o sindicato de forma a encontrar soluções para esta situação", relata o documento.

*Colaborou Marisa Valério, de Curitiba (PR)

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Sexta, 26 Abril 2024

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