Escuta, Israel

De Paris (França)

Esta semana era para ser a mais feliz do ano - até agora. Como tenho tentado fazer ultimamente, os últimos dias de abril assinalam o lançamento de um livro novo. Com imenso esforço, nos empenhamos eu como autor, a Glaciar (Lisboa, Portugal) como editora, e o parque gráfico do norte do País, para que tivéssemos na data aprazada o meu "Escuta, Israel" em todas as livrarias de Portugal.

Para além do esforço logístico levado a efeito pela distribuidora Wook, era minha intenção lançá-lo em belo evento em Lisboa, possivelmente na Fundação Mario Soares, ou na Livraria Travessa. Feito isto, iria para o Norte onde teríamos eventos na Póvoa de Varzim, na tradicional livraria Theatro, ademais de outro endereço no Porto. Em homenagem às judiarias de Belmonte, até lá queria fazer um evento.

O coronavírus acabou com os sonhos e devaneios de meio mundo. Por que haveria de ser diferente comigo? Menos mal que o livro está pronto e muito bonito, em esmerado trabalho do editor Jorge Reis-Sá e sua equipe de arte. A partir da próxima semana, ele já chega a 100 livrarias portuguesas, e está aberta a pré-venda pelos sites das livrarias. Para um escritor dos velhos tempos, nada de mais frustrante. Mesmo assim, adiante.

"Escuta, Israel" é um livro de 20 contos disseminados por quase 200 páginas. Contrariamente ao que alguns podem julgar, nada tem de religioso. Pelo contrário, retrata a dimensão humana de personagens - todos eles judeus e judias - que protagonizam os contos curtos. A capa é belíssima e alude a um traumático episódio da história dos judeus de Budapeste, na Segunda Guerra Mundial.

O livro não tem data de lançamento no Brasil mesmo porque será lançado por outra editora. Ambientadas em lugares como Tóquio, Toronto, Rio de Janeiro, Nova York, São Paulo, Paris, Buenos Aires e Telavive, eis um livro que tem ampla diversidade de cenários e de tipos humanos. Aos amigos de Portugal, espero que adquiram-no nessa reentrada precária de temporada. A começar por vocês, creio que agradará à maioria.